Candidato de Cristina se consolida na disputa presidencial, mostra pesquisa
A duas semanas da eleição presidencial argentina, pesquisa de intenção de voto indica que a decisão sobre quem sucederá Cristina Kirchner na Casa Rosada pode ir para um segundo turno.
Pesquisa do respeitado instituto Poliarquía divulgada neste domingo (11) pelo "La Nación", mostra que o candidato da situação, Daniel Scioli, tem 37,1% das intenções de voto, seguido de Mauricio Macri (Mudemos), com 26,2%.
CORRIDA PARA A CASA ROSADA - Cenário aponta vantagem de governista
Para a eleição argentina terminar no primeiro turno, o mais votado deve ter ao menos 40% dos votos e ficar dez pontos à frente do segundo.
Se os números deixam aberta a chance de segundo turno, eles também indicam ampla vantagem de Scioli, deixando em aberto se a definição ocorrerá já no dia 25.
Na projeção estatística do Poliarquía, Scioli pode chegar a 41%, seguindo estimativa de distribuição dos votos dos eleitores indecisos, que somam 5,6% na pesquisa. Macri também subiria na projeção, para 30%. Com tal placar, Scioli encerra a disputa.
O Poliarquía não explica como faz a projeção, mas uma das variáveis relevantes para prever o comportamento do eleitor é a "fidelidade", e 65% dos eleitores de Scioli dizem estar muito decididos.
CORRIDA PARA A CASA ROSADA - Votação que obteve nas primárias
O percentual cai para 55% com Macri e para 45% entre os que optam pelo terceiro colocado, Sergio Massa (Unidos por uma Nova Argentina).
Além disso, Macri tem dificuldade em consolidar nos 30% de preferência que sua coligação teve nas primárias.
A única certeza é que a esperada polarização entre o candidato da situação e Macri, que foi prevista no início da campanha e levaria a Argentina a um debate entre continuidade e mudança, não se materializou ainda.
Enrique Marcarian/Reuters | ||
Daniel Scioli, candidato favorito na eleição argentina, visita escola rural em Magdalena |
Em ascensão, Massa, que representa peronistas que discordam do kirchnerismo, aparece com 20,1% das intenções, podendo chegar a 23,5% na projeção com os indecisos.
Ele estaria atraindo votos de ambos os candidatos, e, segundo o Poliarquía, Macri teria que recuperar de dois a três pontos desses votos perdidos para alongar a disputa.
Não à toa, na última semana, Macri, que governa a capital, Buenos Aires, afagou o orgulho peronista e inaugurou a primeira estátua de Juan Domingo Perón na cidade.
BRASÍLIA
A estratégia de Daniel Scioli para os próximos dias inclui Brasília, onde deve se encontrar com a presidente Dilma Rousseff nesta terça (13).
A reunião foi marcada na última semana por um de seus assessores e intermediada pelo secretário de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Antes, o governista será recebido em Montevidéu pelo presidente Tabaré Vázquez.
A campanha de Scioli escancarou o apoio de governos da região próximos a Cristina Kirchner –Evo Morales, Raúl Castro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também apareceram com ele nos últimos meses.
Assessores afirmam que Scioli quer ter uma relação mais próxima com o Brasil e negociar, com o sócio, o emperrado acordo entre a Mercosul e a União Europeia.
Ele e Dilma se reúnem às 17h no Planalto. Formalmente, assessores do argentino, que governa a província de Buenos Aires, dizem que se trata de agenda de trabalho, mas é incomum um presidente receber governadores provinciais em reuniões oficiais.
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