Rússia diz que investigação sobre queda do voo da Malaysia é parcial
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Após autoridades holandesas divulgarem relatório nesta terça-feira (13) apontando que um míssil de fabricação russa foi responsável pela queda do voo MH17 no ano passado, na Ucrânia, a Rússia afirmou que a investigação é parcial e política.
"A Rússia está pronta para apresentar todos os dados que possui [sobre a queda do avião] (...), porque acreditamos que a pesquisa, cujos resultados foram publicados hoje, tem um viés parcial", disse à mídia russa o vice-ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Riabkov.
O diplomata afirmou ser lamentável que, apesar dos vários pedidos russos para que houvesse uma investigação imparcial, a equipa holandesa não levou em conta nenhuma informação fornecida pela Rússia.
Na opinião do vice-ministro, são evidentes as tentativas de apresentar conclusões parciais e, "em suma, de atingir um determinado objetivo político".
O Conselho de Segurança da Holanda concluiu nesta terça que o avião foi abatido por um míssil Buk, de fabricação russa, lançado de uma área controlada pelos rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia.
No avião derrubado, viajavam 298 pessoas, das quais 193 eram holandeses. Havia ainda 27 australianos, 44 malaios, 12 indonésios, quatro belgas, quatro alemães, nove britânicos, três filipinos, um canadense e um neozelandês.
Segundo a investigação holandesa, o voo MH17 caiu devido à explosão de um míssil no lado esquerdo da cabine de comando.
A informação foi dada à imprensa pelo presidente do Conselho de Segurança da Holanda, Tjibbe Joustra.
Joustra disse que o míssil foi um Buk, especificamente o tipo 9N314M, de fabricação russa, lançado de uma controlada pelos rebeldes pró-russas.
Em resposta, o consórcio russo de defesa antiaérea Almaz-Antei, fabricante de mísseis Buk, afirmou que o míssil que derrubou o Boeing da Malaysia Airlines foi lançado de uma área controlada pelas forças ucranianas.
"Podemos dizer, sem nenhuma dúvida, que, se o Boeing foi abatido por um sistema antiaéreo Buk, foi atingido por um míssil 9M38 lançado da cidade de Zaroschenkoye, controlada pelas forças da Ucrânia", disse Mikhail Malishevski, funcionário da Almaz-Antei.
Esta conclusão baseia-se nos resultados de um exercício de simulação real, que levou a Almaz-Antei a garantir que, baseado na trajetória do míssil, ele foi disparado de uma área controlada pelas forças do governo ucraniano.
Além disso, a empresa relatou que o último míssil 9M38 Buk foi fabricado pela URSS em 1986, e que a sua expectativa de vida era de 25 anos.
"Pessoalmente, não tenho nenhuma dúvida de que esta foi uma operação de derrubada planejada pelos serviços secretos russos", disse o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatseniuk.
Ele ressaltou que o ataque foi perpetrado de uma área controlada exclusivamente pelos "guerrilheiros russos" e que não há dúvida de que os separatistas "bêbados" não sabem gerenciar sistemas Buk.
Yatseniuk anunciou hoje que a Ucrânia apresentará ainda nesta terça os resultados de sua investigação sobre o desastre.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, também abordou a questão por telefone com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e sugeriu a criação de um mecanismo para levar à Justiça os culpados.
Desde o início, Kiev acusou os separatistas pró-russos de terem derrubado o avião com um míssil Buk, fabricado na Rússia, o que Moscou e os rebeldes pró-Moscou negam.
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