Furacão de proporções inéditas coloca México em alerta máximo
O México entrou em alerta máximo nesta sexta (23) após autoridades informarem que o furacão Patricia atingiu a categoria 5 na escala Saffir Simpson e poderá chegar à costa com ventos de 295km/h.
Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos EUA, trata-se do furacão mais forte já registrado tanto no Pacífico quanto na região norte do Atlântico.
Às 16h25 de Brasília, o Patricia estava a cerca de 135 quilômetros de Manzanillo, na costa oeste do México, e avançava a 19 km/h. No entanto, ele poderia reduzir sua velocidade à medida que se aproximasse do continente. A previsão era a de que o furacão atingiria a costa entre as 17h e 18h locais (22h e 23h de Brasília), na região de Playa Perula, Estado de Jalisco.
Segundo o ministro do Interior Miguel Angel Osorio, a situação é especialmente preocupante na região turística de Puerto Vallarta (Jalisco), onde poucas pessoas procuraram os abrigos disponibilizados. "As pessoas precisam entender a magnitude desse furacão, ele será devastador, o maior já registrado", disse na manhã de sexta.
Nos hotéis da cidade, dezenas de pessoas faziam check-out temendo a chegada do Patricia. "O hotel nos disse que nada vai acontecer, mas é a natureza. Tudo pode acontecer", disse Sandra Rojas, turista costa-riquenha.
Segundo o jornal "El Universal", já foram retirados ao menos 10 mil turistas da costa do Estado de Jalisco.
Em sua conta no Twitter, o presidente Enrique Peña Nieto fez um apelo para que a população seguisse as recomendações da Conagua (Comissão Nacional da Água), o serviço meteorológico do México.
O diretor da Conagua, Roberto Ramirez, disse que o Patricia será capaz de levantar carros e destruir casas quando chegar à costa.
De acordo com a ONU, o furacão terá força comparável ao do tufão Haiyan, cuja passagem deixou mais de 7.300 mortos ou desaparecidos nas Filipinas em 2013.
Segundo o governo, cerca de 400 mil pessoas vivem na zona de impacto do furacão. No entanto, só serão deslocadas aquelas das regiões mais vulneráveis.
PREPARATIVOS
Na quinta (22), o governo mexicano ativou seu comitê de emergências para coordenar as ações diante da chegada do furacão. Foram disponibilizados 1.782 abrigos com capacidade para até 259 mil pessoas, segundo o coordenador nacional de Defesa Civil, Luis Felipe Puente.
O porto de Manzanillo, um dos mais importantes do país, foi fechado, assim como o de Vallarta.
Duas represas do Estado de Jalisco também estão sendo drenadas, devido às inundações que o Patricia deve provocar.
As aulas foram suspensas nos Estados de Jalisco e Colima, assim como em municípios de Guerrero e Nayarit.
O Serviço Meteorológico do México transmitiu um aviso de "zona de vigilância pelos efeitos do furacão" nos Estados de Guerrero (sul), Michoacán, Jalisco, Colima e Nayarit (oeste).
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