Reunião sobre Síria foi 'produtiva', diz Kerry, mas não chega a consenso
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, classificou de "produtiva" a reunião sobre o conflito sírio com os líderes da política externa de Rússia, Turquia e Arábia Saudita, nesta sexta (23), em Viena. O ministro árabe, porém, afirmou que os participantes não obtiveram consenso.
"Estou convencido de que a reunião de hoje foi construtiva e produtiva", disse Kerry a repórteres, na capital austríaca.
Eduard Pesov/Efe | ||
Feridun Sinirlioglu (Turquia), John Kerry (EUA), Adel al-Jubeir (A. Saudita) e Serguéi Lavrov (Rússia) |
Simultaneamente à reunião, Rússia e Jordânia anunciaram um acordo de coordenação militar em suas ações no país, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.
Lavrov também se reuniu separadamente com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, mas o conteúdo da conversa não foi imediatamente divulgado à imprensa.
Adel al-Jubeir, ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, afirmou que o encontro não resultou em consenso entre as parte, mas que os quatro concordaram em continuar a se consultarem sobre a Síria.
Ao iniciar bombardeios na Síria em favor do ditador sírio, Bashar al-Assad, no fim de setembro, a Rússia mudou o panorama da guerra civil no país. Embora tenha reafirmado que seus alvos são somente posições de milícias radicais como o Estado Islâmico (EI), o Kremlin é acusado pelo Ocidente de atacar áreas dominadas pela oposição moderada, aliadas aos EUA.
Além de Assad, a ação russa está alinhada com o Irã, majoritariamente xiita. A Jordânia, por sua vez, sunita, tem alinhado suas ações com Washington.
BOMBARDEIOS
Nesta sexta (23), a coalizão liderada pelos EUA realizou 16 novos ataques aéreos na Síria, segundo comunicado militar.
Os bombardeios aconteceram nas imediações de sete cidades, incluindo Mossul e Ramadi, e tiveram como alvo instalações, armas e membros da facção terrorista Estado Islâmico.
Ao mesmo tempo, vários parlamentares russos chegaram à Síria para um encontro com o ditador Bashar al-Assad.
A visita dos representantes russos, que dizem estar em uma "missão humanitária", acontece três dias após a inesperada viagem de Assad a Moscou, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin.
Em um campo de refugiados na cidade de Latakia, controlada pelo governo e centro da minoria alauita do país, civis expressavam a jornalistas sua gratidão pela intervenção russa no país.
"Espero que os pilotos russos ajudem, que nossos militares avancem e que os terroristas sejam derrotados, para que possamos voltar a nossas casas", disse Ahmad Attan, que serviu nas Forças Armadas sírias e que foi ferido em combate.
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