Atentado mata um e fere mais de cem em Bangladesh; EI reivindica ação
Uma pessoa morreu e mais de cem ficaram feridas em três explosões praticamente simultâneas durante uma concentração de fiéis muçulmanos xiitas em Dacca, capital de Bangladesh. A milícia radical Estado Islâmico reivindicou o ataque, segundo o grupo de monitoramento de terrorismo Site.
Os três artefatos caseiros explodiram com um intervalo de menos de dois minutos, por volta das 1h45 de sábado (24) (17h45 de sexta-feira em Brasília), em frente à mesquita xiita Husaini Dalam, na cidade antiga de Dacca, a capital do país, disse o policial Azizul Haque.
Testemunhas disseram que as pessoas correram em pânico após as explosões, perdendo chinelos e sandálias no caminho.
Suvra Kanti/Efe | ||
Policial analisa local onde três bombas explodiram durante procissão xiita em Dacca, capital de Bangladesh |
O ataque foi atípico para Bangladesh, um país islâmico tradicionalmente moderado.
Haque afirmou que a vítima é um jovem de 16 anos e a maior parte dos demais atingidos teve ferimentos leves.
No momento do ataque havia entre 3 e 4 mil pessoas no local, assim como uma equipe de segurança composta por aproximadamente 200 agentes.
Os fiéis estavam preparando a procissão de Ashura, o décimo dia do mês sagrado de Muharram, no qual os xiitas lembram com fervor o martírio do imã Hussein, neto de Maomé.
Em Bangladesh, 90% dos 160 milhões de habitantes são muçulmanos, mas a grande maioria dos seguidores do profeta Maomé são sunitas. Os xiitas não chegam a 1%, segundo o centro de pesquisas Pew, dos Estados Unidos.
Apesar de os ataques contra os xiitas durante o Muharram serem frequentes em muitas partes do mundo e em alguns países do sul da Ásia, Bangladesh não está acostumado com este tipo de ação.
"Isto é uma nova tendência. Trata-se provavelmente do primeiro ataque em anos", disse à Efe Shafqat Munir, especialista do Instituto de Bangladesh para Estudos de Paz e Segurança.
AUTORIA
Segundo o Site, o Estado Islâmico assumiu as explosões, dizendo que foram realizadas por "soldados do Califado em Bangladesh", durante "rituais politeísticos".
O governo de Bangladesh, contudo, nega qualquer presença do EI no país e afirmou se tratar de uma conspiração local de forças opositoras. "Este não é um ataque de militantes. É um ataque planejado e destrutivo com único objetivo de desestabilizar o país", disse o ministro do Interior à agência de notícias Reuters.
Entre fevereiro e agosto deste ano, quatro blogueiros ateus que criticavam o fundamentalismo islâmico foram mortos a golpes de facão no país.
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