Presidente do TSE mantém decisão sobre eleição na Venezuela
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli, indicou nesta terça-feira (27) que não pensa em reconsiderar a decisão de abandonar uma missão da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) para observação das eleições parlamentares venezuelanas, no dia 6 de dezembro.
Sem dar detalhes, Toffoli confirmou que foi procurado de forma "respeitosa" pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) nesta segunda (26) para tratar do tema. "Os Poderes são independentes e a decisão foi tomada", resumiu o ministro.
O entendimento do TSE gerou mal-estar e contrariou o governo.
A Venezuela, endossada pelo secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, foi refratária à indicação do ex-presidente do TSE Nelson Jobim para ser o chefe do grupo de observadores na disputa legislativa. Isso fez com que o TSE divulgasse uma nota oficial para dizer que não participaria mais da missão.
Pedro Ladeira - 18.jun.2015//Folhapress | ||
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do Supremo, José Antonio Dias Toffoli |
Na visão do governo, Samper foi inábil ao lidar com os venezuelanos e poderia ter conseguido uma posição mais flexível de Caracas.
O secretário-geral da Unasul já havia irritado o governo brasileiro na semana passada, ao dar declarações de apoio à presidente Dilma Rousseff, consideradas "desastradas".
O Planalto chegou a escalar o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, e o ministro das Relações Exteriores para convencerem autoridades do país a aceitar que Nelson Jobim ou algum outro nome encampado pelo Brasil lidere a missão.
A interlocutores do governo Toffoli deixou claro que o TSE não vai aceitar participar da observação eleitoral se Caracas não recuar das restrições de circulação dos observadores e de acesso à oposição.
Segundo integrantes do governo brasileiro, "havia restrições" dos venezuelanos quanto ao nome de Jobim, mas não houve nenhum pronunciamento oficial sobre um suposto veto. Assim, avaliam, o presidente do TSE precipitou-se e criou um desgaste com a Venezuela.
O teor do texto publicado pelo TSE surpreendeu o Palácio do Planalto, que avaliou como "um erro" o tom adotado pela corte para reagir à decisão da Unasul.
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