Dezenas morrem afogados ao tentar travessia entre Turquia e Grécia
Ao menos 22 pessoas morreram, entre elas 13 crianças, em dois naufrágios nas imediações das ilhas gregas de Kalymnos e Rodas, quando tentavam realizar a travessia entre a Turquia e a Europa pelo mar Egeu.
Um dos barcos, perto de Kalymos, levava mais de 150 migrantes quando virou. Foram resgatados 138, mas 19 dos passageiros, a maioria mulheres, crianças e bebês, morreram afogados.
Em Rodas, outro naufrágio provocou a morte de três pessoas, e outras três continuavam desaparecidas. Seis outras foram resgatadas.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 562.355 refugiados chegaram à Grécia somente neste ano.
Outras 40 pessoas podem ter morrido na costa espanhola, na quarta (30), após um barco inflável que os transportava do Marrocos à Europa ter naufragado. Segundo a Marinha espanhola, 15 pessoas sobreviveram ao acidente, 4 corpos foram encontrados e outras 35 pessoas ainda estão desaparecidas. No entanto, nesta sexta (30), as autoridades espanholas anunciaram que abandonaram as buscas por sobreviventes.
GOVERNO GREGO
Em declaração ao Parlamento grego, o primeiro-ministro Alexis Tspiras defendeu, nesta sexta (30), a cooperação da União Europeia com a Turquia para que a realocação dos migrantes pelo continente europeu aconteça a partir daquele país e da Grécia, evitando assim outros naufrágios. "Nossa primeira obrigação é salvar vidas e não permitir que o mar Egeu se converta em um cemitério."
"Sinto vergonha pela incapacidade da Europa de fazer frente a este drama humano", disse. Segundo Tsipras, os países europeus choram "lágrimas hipócritas" pelas mortes de crianças no mar, mas não cuidam das que estão vivas e fogem da guerra.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Ele também pediu que o bloco condene oficialmente a decisão de alguns Estados-membros de erguer muros e barreiras para fechar suas fronteiras.
De acordo com Tsipras, o governo grego está comprometido com a construção de centros de acolhida, com capacidade para entre 7.000 e 8.000 pessoas, nas principais ilhas de chegada dos migrantes, onde potenciais solicitantes de asilo serão identificados e separados de migrantes econômicos.
Ele também disse que a Grécia construirá outros centros em seu território continental para alojar até 20 mil pessoas. Também será fornecida ajuda financeira para que outros 20 mil refugiados possam viver de aluguel.
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