Católicos e luteranos têm de pedir perdão mutuamente, diz papa
Em visita a uma igreja luterana em Roma neste domingo (15), o papa Francisco afirmou que católicos e luteranos têm de pedir perdão mutuamente pelas perseguições ocorridas no passado.
"Houve momentos terríveis entre nós. Basta pensar nas perseguições -nós, que temos o mesmo batismo. Pensem em todas as pessoas que foram queimadas vivas", declarou Francisco, em comentários improvisados ao final de uma cerimônia conjunta.
"Nós temos de pedir perdão uns aos outros por isso, pelo escândalo da divisão", acrescentou o pontífice.
Angelo Carconi/Efe | ||
O papa Francisco cumprimenta fiéis durante a sua visita a uma igreja luterana de Roma, neste domingo |
O papa respondeu a perguntas da congregação -entre elas, a de uma luterana casada com um italiano católico, que se queixou de o casal não poder comungar junto nas respectivas igrejas.
"A vida é maior que explicações e interpretações", declarou Francisco, sugerindo que os indivíduos não deveriam se preocupar com debates teológicos, e sim decidir conforme suas consciências.
"É uma questão a que cada pessoa deve responder por si mesma. Há um batismo, uma fé e um Deus -então, conversem com Deus e sigam adiante", afirmou o papa.
DIVISÕES
A Igreja Luterana, primeira saída da Reforma, nasceu da rebelião do teólogo alemão Martinho Lutero (1483-1546) contra a Santa Sé.
No século 16, a Igreja Católica condenou Lutero como herético, por considerar que seus ensinamentos afrontavam a autoridade do papa. Seguiram-se a divisão da igreja e uma série de guerras entre católicos e protestantes.
O diálogo teológico da Igreja Católica com o luteranismo se intensificou a partir do fim dos anos 60, após as mudanças do concílio Vaticano 2º.
Os luteranos reconhecem o batismo e a Santa Ceia, sacramentos do catolicismo. Mas, oficialmente, adeptos de uma religião não podem comungar no culto da outra.
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