Na COP21, Obama pede a líder turco que reduza tensões com a Rússia
Yasin Bulbul/Associated Press | ||
Obama (à direita) se reúne Erdogan durante a COP21, em Paris |
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira (1º) que Turquia e Rússia contenham as tensões provocadas pela derrubada de um jato russo e concentrem esforços em sua "prioridade comum", o combate à milícia radical Estado Islâmico (EI).
Obama se reuniu com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Paris, durante a conferência do clima das Nações Unidas. Na segunda-feira (30), o líder americano havia encontrado seu colega russo, Vladimir Putin, para discutir os mesmos assuntos.
Durante a reunião com Erdogan, Obama reafirmou o apoio dos EUA à segurança da Turquia. Os dois países são membros da Otan (aliança militar ocidental).
"Os EUA apoiam o direito da Turquia de se defender", disse o presidente. "Conversamos sobre como a Turquia e a Rússia podem trabalhar juntas para acalmar as tensões e encontrar um caminho diplomático para resolver o problema."
"Temos um inimigo comum, que é o EI. Quero assegurar-me de que nos concentremos nessa ameaça", afirmou.
Após a reunião com Obama, Erdogan disse querer evitar a escalada das tensões com a Rússia.
"Nossa preocupação é não ficar mal nisso, mas, ao contrário, transformar isso em paz e contribuir para a paz na região", disse o presidente turco.
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, pediu nesta terça-feira a abertura de canais de comunicação entre Ancara e Moscou para evitar novos incidentes.
Há uma semana, a aviação turca abateu um jato russo perto da fronteira com a Síria sob a acusação de violação de espaço aéreo. A intromissão é negada pela Rússia, que retaliou a Turquia com sanções econômicas.
Putin acusou nesta segunda-feira a Turquia de ter derrubado o jato russo para proteger rotas de tráfico de petróleo que Ancara compra do EI. Erdogan negou as acusações, e disse que "deixaria seu cargo" caso fosse provado que seu governo compra petróleo extraído pela facção.
A derrubada do jato russo alimentou os temores de uma escalada militar na região, já afetada pela guerra civil síria e pelo avanço do EI sobre os territórios da Síria e do Iraque. O desentendimento entre Rússia e Turquia pode comprometer os esforços internacionais de combate à milícia.
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