Hungria diz que um dos autores dos ataques de Paris passou por Budapeste
O governo da Hungria afirmou nesta quinta-feira (3) que um dos homens que fez a série de atentados que deixou 130 mortos em Paris em 13 de novembro passou pela estação central de trens de Budapeste.
O local era um dos pontos de concentração de refugiados em agosto, quando as autoridades húngaras enfrentavam o enorme fluxo de pessoas vindas, em sua maioria, da Síria e de outros países do Oriente Médio.
Segundo o chefe de gabinete húngaro, Janos Lazar, a informação foi obtida pelo serviço de inteligência do país. "Posso confirmar que um dos principais organizadores dos ataques de Paris esteve em Budapeste", disse.
Lazar afirma que o autor do ataque recrutou um homem que se recusou a se registrar perante as autoridades húngaras e que, em seguida, os dois fugiram do país. Ele não informou o nome do autor nem quando ele passou pela região.
Segundo membros do governo questionados pela agência de notícias Associated Press, o homem a que se refere Lazar é Salah Abdeslam, que teria participado dos ataques a restaurantes de Paris e está foragido.
Ainda de acordo com as autoridades húngaras, Abdeslam passou pelos refugiados para chegar ao norte da Europa. A rota também teria sido usada por um dos homens-bomba que se explodiram ao lado do Stade de France.
A Hungria revela a informação sobre os autores dos atentados de Paris no mesmo dia em que o premiê Viktor Orban entrou com uma ação na Corte Europeia de Justiça contra a redistribuição dos refugiados na Europa.
Orban é um dos principais opositores ao plano de cotas, que obriga 25 membros da União Europeia a receberem um grupo. Em setembro, o país aprovou novas leis de imigração que dificultaram o acesso aos refugiados.
PRISÕES
Nesta quinta, a Bélgica anunciou a prisão de dois homens com ligação com a série de ataques em Paris. Ambos foram detidos no domingo (29) —um enquanto tentava sair de Bruxelas e outro no bairro de Molenbeek.
O primeiro foi identificado como o francês Samir Z., 20. De acordo com a Promotoria, era cúmplice de Bilal Hadfi, um dos homens que se explodiu ao lado do Stade de France. Ele foi preso ao tentar viajar para o Marrocos.
O outro era o belga identificado como Pierre N., nascido em 1987, e também preso por envolvimento em atividades terroristas. A relação dele com os ataques não foi divulgada pela polícia.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis