Termina greve que fechou aeroportos no Chile por quatro dias
Elvis González - 17.dez.2015/Efe | ||
Aviões internacionais impedidos de decolar na pista do aeroporto Arturo Merino Benítez, em Santiago |
Terminou, na noite deste domingo (20), a greve que fechou aeroportos em todo o Chile por quatro dias.
A paralisação, que começou na quinta-feira (17) com data para terminar –seriam 48 horas–, foi estendida pelos funcionários aeronáuticos, por tempo indeterminado, no sábado.
Neste domingo, a Associação Nacional de Funcionários da Direção Geral da Aeronáutica Civil (ANFDGAC) anunciou o fim da paralisação. À CNN Chile, o presidente do sindicato, José Pérez, disse que as partes acordaram em dialogar e acabar com a greve.
A expectativa do governo é de que a situação nos aeroportos se normalize nos próximos dias, com auxílio da Força Aérea.
Durante a greve, o trânsito aéreo foi interrompido em varias regiões chilenas, algumas delas remotas, como a Patagônia, de onde é difícil partir por terra.
Não é costume entre brasileiros visitar o norte da Patagônia, de lagoas, cachoeiras, algumas geleiras, bosques e campos. A reportagem –aqui desde o dia 10/12– não avistou nenhum conterrâneo. Os chilenos, de outras partes do mapa, são os mais vistos na pouco conhecida região de Aysén.
Mas desde o início da greve, eles não chegaram mais (ninguém chegou). E o hotel Loberías del Sur, em Puerto Chacabuco (a 80 km de Coyhaique, a principal cidade da região), por exemplo, ficou cada vez mais vazio. Isso porque mesmo com a dificuldade em viajar pela estrada rumo ao norte, alguns turistas insistiam em fazer o trajeto por terra, que pode durar dois dias, até Santiago (são 1.700 km até lá).
Não há curtas distâncias nesta região. A farmácia mais próxima ao hotel fica a 15 km. O aeroporto mais próximo (Balmaceda), a 140 km.
Irônico, em poucos dias, o maior encanto na Patagônia –seu difícil acesso e, portanto, sua paisagem pouco explorada– acabou se tornando o maior problema de seus turistas.
As informações também não chegavam com agilidade e vinham em prestações. Uma turista contou que seu voo estava marcado para este domingo e alguém da companhia lhe informou que, se a greve fosse cancelada na segunda-feira (21), ela só partiria para Santiago no dia 26. Alugou então uma caminhonete para seguir por terra com a família.
O voo da reportagem, que sairia na quinta-feira (17), primeiro dia de greve, chegou a ser remarcado para sábado (19) e foi cancelado no mesmo dia. Com o anúncio recente da retomada dos voos, ainda não tem data certa.
AEROPORTOS FECHADOS
Na manhã de domingo, a Lan, principal companhia aérea do país, informou em seu site que, por conta da greve, se via "na obrigação de continuar sem operações em 12 aeroportos, voando parcialmente nos outros terminais do país".
Ficaram interrompidas as operações em Arica, Copiapó, La Serena, Concepción, Osorno, Valdivia, Chiloé, Ilha de Páscoa, Iquique, Antofagasta, Puerto Montt e Balmaceda.
Segundo a companhia chilena, os voos internacionais foram mantidos, ainda que com atrasos.
Os trabalhadores em greve, vinculados a Associação Nacional de Funcionários da Direção Geral da Aeronáutica Civil (Anfdgac), pediam sua adesão ao sistema de previdência das Forças Armadas, deixando o sistema privado, baseado na capitalização de fundos de cada afiliado.
O governo, por sua vez, considerava o custo da mudança muito alto.
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