Ataque a base aérea na Índia deixa ao menos seis mortos
Um grupo de homens armados atacou uma base aérea no Estado de Punjab, no norte do país, perto da tensa fronteira com o Paquistão.
Os invasores, que usavam roupas militares, entraram na base por volta das 3h30 (20h de sexta-feira em Brasília) e abriram fogo. Os combates com os militares se estenderam por ao menos cinco horas, segundo o subdiretor-geral da polícia provincial, H.S. Dhillon, à agência estatal PTI.
Divyakant Solanki/Efe | ||
Militar reforça segurança no aeroporto de Mumbai, após ataque à base aérea de Punjab |
A base da cidade de Pathankot, que abriga dezenas de aviões de combate, está localizada a apenas 50 km da fronteira paquistanesa.
O porta-voz da polícia local Naresh Singh afirmou que ao menos dois militares e quatro criminosos foram mortos nos confrontos.
Segundo a agência PTI, tiroteios ocorreram na região horas depois do fim dos confrontos. As forças de segurança destinaram dois helicópteros para investigar as origens dos disparos.
TENSÃO ENTRE VIZINHOS
Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento.
Segundo fontes das forças de segurança citadas pelas agências de notícias, os invasores pertenceriam ao grupo islamita Jaish-e-Mohammed (Exército de Maomé), com base no Paquistão.
O grupo, banido no Paquistão, luta contra o controle indiano de parte da Caxemira, no Himalaia.
A Índia responsabilizou o grupo por um ataque em dezembro de 2001 contra o Parlamento indiano, em que 11 pessoas morreram. O ataque provocou uma escalada militar na fronteira e levou os dois países à beira de uma guerra.
Segundo o chefe de polícia de Punjab, Suresh Arora, os invasores usaram um carro de polícia roubado para entrar na base fortemente protegida —uma tática usada em ataques anteriores associados a militantes paquistaneses.
Este ataque à base de Pathankot seria uma retaliação à visita, na semana passada, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao Paquistão —a primeira de um líder indiano do mais alto escalão em 11 anos. Ele se reuniu com seu colega, Nawaz Sharif, apenas duas semanas depois dos dois países concordarem em iniciar um diálogo de paz.
O Punjab faz fronteira com a Caxemira, região disputada entre a Índia e Paquistão, e principal ponto de disputa entre os países. A região já motivou duas guerras e vários conflitos menores desde a partilha do subcontinente e a criação dos dois países, em 1947.
"Paquistão é nosso vizinho e queremos paz, mas qualquer ataque terrorista contra a Índia obterá a resposta adequada", afirmou o ministro indiano de Interior, Rajnath Singh, em entrevista à agência ANI.
A Índia acusa regularmente o Exército do Paquistão de proteger os rebeldes, que utilizariam o território paquistanês para organizar ataques na Caxemira indiana.
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