ONU aprova missão para monitorar cessar-fogo entre Farc e Colômbia
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade nesta segunda (25) a criação da missão de observação do cessar-fogo entre o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
A aprovação sai uma semana após as duas partes do conflito pedirem a assistência das Nações Unidas para verificarem a trégua definitiva por um ano após a assinatura do acordo de paz, prevista para março.
Mike Segar/Reuters | ||
A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, cumprimenta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon |
Na resolução, determinou-se que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, envie recomendações sobre o tamanho e a logística da missão até 30 dias depois do início da trégua para que seja aprovada pelo conselho.
Os 15 países ainda felicitam a Colômbia e as Farc pelo fim do conflito. O conselho também aceitou a sugestão de que todos os membros da missão sejam de países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe).
Por isso, Ban enviará o vice-secretário-geral da ONU, Jeffrey Feltman, nesta semana a Quito, no Equador, para falar com chefes de Estado e de governo do bloco se reúnem para começar a preparar a missão.
Em comunicado, o secretário-geral destacou o compromisso das duas partes em dar fim à guerra. Antes da votação, ele se reuniu na sede das Nações Unidas, em Nova York, com a chanceler colombiana, María Ángela Holguín.
Depois de a missão ser aprovada, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, comemorou o respaldo da ONU à missão de paz. "Já não estamos sozinhos. Isso demonstra o apoio do mundo inteiro ao fim dessa guerra".
Ele também agradeceu a Ban Ki-moon, ao papa Francisco e a todos os países que deram seu apoio às negociações de paz. "É um grande reconhecimento da máxima instância do mundo a todos os colombianos", disse.
VIGILÂNCIA
No discurso, Santos afirmou que os negociadores do governo e das Farc serão os responsáveis por determinar as áreas onde os guerrilheiros deixarão suas armas e darão início ao cessar-fogo bilateral.
O presidente afirma que este ponto ainda está sob negociação. O negociador do governo, Humberto de la Calle, disse que a ONU deverá estar presente em oito pontos do país para monitorar a trégua.
As negociações, iniciadas em 2012, contam com apoio popular, mas são vistas com ceticismo pela maior parte da população. Para a oposição ao presidente Juan Manuel Santos, o acordo de paz significará impunidade para os guerrilheiros das Farc.
Alguns grupos, como o do ex-presidente Álvaro Uribe, defendem a retomada dos combates como a única forma de dar fim ao conflito, o mais longo em vigor dentro da América Latina.
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