EUA e China concordam com sanções a Pyongyang, mas não definem termos
O secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler chinês, Wang Yi, concordaram nesta quarta-feira (27) com a necessidade de sanções à Coreia do Norte, mas não definiram que tipo de punição deve receber o país comunista.
O encontro foi mais uma tentativa do governo americano de conseguir o respaldo de Pequim para aumentar a pressão sobre o regime de Kim Jong-un depois do último teste nuclear norte-coreano, em 6 de janeiro.
Jacquelyn Martin/Reuters | ||
O secretário de Estado americano, John Kerry, deixa entrevista com o chanceler chinês, Wang Yi |
Em entrevista coletiva depois da reunião de três horas de duração, Kerry voltou a pressionar os chineses a atuarem de forma mais incisiva com o regime norte-coreano. A China é o maior aliado de Pyongyang.
"Os Estados Unidos acreditam com firmeza que a China tem uma capacidade particular por seu papel e suas ligações com a Coreia do Norte que nos poderia ajudar de forma significativa a solucionar isto", afirmou.
"As ações do regime de Kim Jong-un são temerárias e perigosas. Todas as nações, particularmente as que buscam um papel de liderança global, dividem responsabilidade fundamental de enfrentarem esse desafio com uma frente unida".
O chanceler chinês, porém, usou um tom mais ambíguo e menos contundente ao falar das sanções. Para ele, a nova resolução não deveria provocar novas tensões ou desestabilizar a Península Coreana.
"As sanções não são um fim em si mesmas. Nossa posição é clara, consistente, responsável e sensata. E rejeitamos todas as especulações infundadas e tergiversadas sobre isso", disse Wang Li, referindo-se à pressão americana.
A China apoiou todas as resoluções contra a Coreia do Norte nos testes nucleares anteriores —em 2006, 2009 e 2013. No entanto, não pretende interromper as relações econômicas com o vizinho, o que poderia acontecer agora.
MAR DO SUL DA CHINA
Kerry também criticou as reivindicações chinesas sobre o mar do Sul da China. Ele pediu que o país pare de construir ilhas artificiais e bases no território disputado com Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei e Taiwan.
"Reitero a importância de encontrar uma base em comum entre os países que reivindicam território na região e evitar o ciclo de desestabilização de desconfiança ou elevação de tom", afirmou o secretário de Estado.
Wang respondeu e afirmou que a China não faz nada mais que proteger sua soberania. Quase todos os países que se sentem prejudicados pelo avanço chinês são aliados asiáticos dos Estados Unidos.
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