Macri e o papa Francisco se encontrarão no fim de fevereiro
Três meses após ser eleito, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, se encontrará com o papa Francisco. O mandatário será recebido no Vaticano no dia 27 de fevereiro.
Havia uma grande expectativa no país para essa reunião, já que o papa não parabenizara Macri quando ele venceu a eleição, em novembro, e os comentários eram de que a relação entre os dois era fria.
A aproximação dos líderes ocorreu em 17 de dezembro, quando o presidente ligou para o pontífice para felicitá-lo pelo aniversário.
Em março do ano passado, Francisco afirmou que havia se sentido "usado" por políticos argentinos que lhe pediam audiências.
"Os argentinos, quando viram um papa argentino, se esqueceram de todos que estavam a favor ou contra o papa argentino", disse para uma jornalista mexicana.
ANGELO CARCONI/AFP PHOTO POOL | ||
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Cristina Kirchner, antecessora de Macri, durante audiência com o papa em junho do ano passado |
A frase foi interpretada como uma referência à mudança de postura do governo kirchnerista, que tivera alguns enfrentamentos com Jorge Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, antes de ele se tornar a autoridade máxima da Igreja Católica.
Bergoglio comentara publicamente sobre casos de corrupção no governo de Néstor Kirchner (2003-2007). Após ele se tornar papa, porém, a mulher e sucessora de Néstor, Cristina, buscou aproximar-se do líder religioso e se encontrou com ele mais de cinco vezes.
Em junho do ano passado, mesmo após afirmar que não receberia mais políticos argentinos por causa da corrida eleitoral que iria começar, Francisco voltou a se reunir com Cristina, após ela pedir uma audiência.
O candidato oficial do kirchnerismo à Presidência, Daniel Scioli, também tentou relacionar sua imagem com a do papa.
Macri também já se reuniu com o pontífice outras vezes. Um desses encontros foi em outubro de 2013, quando o mandatário ainda era chefe de governo de Buenos Aires.
Seu chefe de gabinete, Marcos Peña, no entanto, afirmou que "não é necessário utilizar o papa". "Temos muita serenidade nesta relação. [O presidente] não precisa sobreatuar".
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