Presidente colombiano espera que EUA tirem Farc de lista do terrorismo
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, defendeu que os Estados Unidos retirem as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) de sua lista de organizações terroristas se o governo colombiano selar um acordo de paz com os guerrilheiros.
Em uma entrevista realizada dias antes de uma visita-chave à Casa Branca, Santos fez suas declarações mais contundentes em três anos de conversas de paz sobre o importante papel de Washington nas negociações.
"Se eles assinarem é porque temos um cronograma para seu desarmamento e eles comprometeram-se a deixar a fazer uma transição para uma vida legalizada. Então eu diria sim, eu espero que eles sejam eliminados da lista de terroristas", disse Santos em entrevista no palácio presidencial na quinta-feira (28).
O presidente colombiano também pediu a suspensão das ordens de captura contra líderes das Farc, por sua relação com o narcotráfico.
O Departamento de Estado norte-americano disse que não comenta casos específicos da lista do terrorismo, mas que "não consideramos revogar a designação de qualquer organização que continue engajada em atividades violentas".
Santos disse que se os membros das Farc seguirem com a venda de drogas após o acordo de paz, poderão ser extraditados aos EUA.
A reunião do líder colombiano com Barack Obama na quinta (4) celebrará os 15 anos de ajuda norte-americana à Colômbia no combate ao narcotráfico e às Farc. Esse projeto custou aos EUA cerca de US$ 10 bilhões.
As negociações de paz atingiram um ponto que os dois lados consideram sem volta. Um acordo final para encerrar o confronto é esperado para o começo de março.
Uma vez que um acordo for firmado, Santos disse que seria apropriado para a gestão Obama retirar as Farc da lista de organizações terroristas, que inclui a Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
Como parte das conversas de paz, as Farc pararam de realizar sequestros e declararam uma trégua unilateral.
Por outro lado, a produção de coca cresceu 39% em 2014 e muitos especialistas dizem que ela subirá ainda mais depois que Santos interrompeu uma campanha de erradicação aérea da planta apoiada pelos EUA, no ano passado.
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