Síria diz que agressores estrangeiros voltarão para casa "em caixões"
A Síria vai resistir contra incursões terrestres no seu território e enviar os agressores para casa "em caixões", disse neste sábado (6) o ministro do Interior do país, em comentário claramente dirigido aos países árabes sunitas que se disseram prontos para se juntar a uma operação desse tipo.
O ministro das Relações Exteriores, Walid al-Moualem, também declarou à imprensa que um cessar-fogo no conflito sírio seria praticamente impossível enquanto os rebeldes contrários ao governo do presidente Bashar al-Assad puderem cruzar livremente as fronteiras com a Turquia e a Jordânia.
"Qualquer intervenção terrestre em território sírio sem o acordo do governo sírio é um ato de agressão, e nós lamentamos que aqueles que fizerem isso retornarão aos seus países em caixões", afirmou ele.
A Arábia Saudita e o Bahrein, ambos governados por monarquias sunitas, afirmaram nesta semana que estavam prontos para participar de operações terrestres na Síria se a coalizão liderada pelos Estados Unidos, que combate o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, decidisse iniciar tais operações.
"Eu não acho que eles vão fazer o que eles dizem sobre o uso de forças terrestres, mas ao mesmo tempo, quando eu vejo as decisões malucas feitas não só no Iêmen, mas em outras áreas, nada pode ser descartado", afirmou Moualem, em referência a campanha militar liderada pelos sauditas contra rebeldes aliados do Irã no Iêmen.
Refugiados
Cerca de 35 mil refugiados sírios chegaram à fronteira turca, perto da cidade do sul de Kilis nas últimas 48 horas e estão sendo acomodados em campos no lado sírio da fronteira, afirmou neste sábado o governador da província de Kilis.
Suleyman Tapiz também disse a repórteres na fronteira de Oncupinar, perto de Kilis, que outros 70 mil sírios poderia vir se os ataques aéreos russos e os avanços militares por parte do regime sírio continuassem.
"Nossas portas não estão fechadas, mas no momento não há nenhuma necessidade para hospedar essas pessoas dentro de nossas fronteiras", disse, acrescentando que os refugiados tinham recebido alimentos, cobertores e tendas.
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