Promotores da Suécia farão novo pedido para interrogar Assange
Promotores suecos declararam nesta terça-feira (9) que irão reenviar um pedido para interrogar o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, sobre a acusação de abuso sexual e estupro.
Para os promotores, este caso não foi afetado pela decisão do Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU, que pediu à Suécia e ao Reino Unido que indenizem Assange por seu impedimento em deixar a Embaixada do Equador em Londres.
Niklas Halle'n/AFP | ||
Fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aparece no balcão da Embaixada do Equador em Londres |
A Suécia tem feito tentativas frustradas de interrogar Assange desde que ele se refugiou na embaixada em Londres, em 2012, para evitar a extradição para o território sueco, onde enfrenta acusação de agressão sexual –o que ele nega.
Assange, 44, diz temer que a Suécia o extradite aos Estados Unidos, onde poderia responder pelo vazamento de centenas de milhares de comunicações diplomáticas e militares secretas norte-americanas.
"Em relação ao relatório (da ONU) divulgado na semana passada, posso afirmar que ele não muda minha avaliação anterior contida na investigação preliminar", declarou a promotora a cargo do inquérito, Marianne Ny, em comunicado.
O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU disse que Assange deveria ter permissão de deixar a representação equatoriana sem ser ameaçado de prisão no Reino Unido e extradição para a Suécia.
Os governos britânico e sueco rejeitaram a decisão do grupo e afirmaram que Assange decidiu permanecer na embaixada voluntariamente.
A procuradoria sueca disse que Marianne Ny está trabalhando em um novo pedido de interrogatório de Assange, já que o anterior foi recusado pelo Equador em janeiro.
"É um escândalo que a Suécia (...) desafie abertamente a decisão de um organismo importante da ONU", opinou Per Samuelson, advogado sueco que representa Assange, à Reuters.
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