Macri determina restrições a protestos para evitar bloqueios de ruas
O governo de Mauricio Macri vai endurecer as medidas de repressão a protestos de ruas na Argentina, proibindo os bloqueios parciais ou totais de vias.
O Ministério de Segurança criou um protocolo que deverá ser utilizado quando houver manifestações. Em caso de atos organizados, a duração e o trajeto deverão ser comunicados antecipadamente às autoridades.
Quando ocorrer bloqueios de ruas de forma espontânea, a polícia pedirá que as pessoas se retirem da via e informará a Justiça. Caso não seja respeitada a notificação policial, a remoção poderá ser feita à força.
Eitan Abramovich/AFP | ||
Manifestantes pedindo a libertação da ativista Milagro Sala bloqueiam um dos acessos a Buenos Aires |
"Vamos dar a eles [manifestantes] cinco minutos. Ou se vão ou os tiraremos", afirmou à imprensa local a ministra de Segurança, Patricia Bullrich. "Não queremos paus nem capuzes", acrescentou.
O protocolo também permite que os manifestantes sejam detidos se estiverem com o rosto coberto, se negarem a se identificar ou se recusarem a entregar à polícia armas e pedaços de pau.
Enquanto Cristina Kirchner esteve no poder, entre 2007 e 2015, a postura adotada era a de permitir as manifestações sem restrições, o que tornou comum o bloqueio de vias.
Na última quarta-feira (17), antes de o protocolo de repressão ser anunciado, cerca de 200 pontos em estradas do país foram fechados em um protesto contra a prisão da líder política Milagro Sala.
A ponte Pueyrredón, por exemplo, um dos principais acessos a Buenos Aires, ficou intransitável das 10h às 14h.
Por volta das 13h, dois policiais se aproximaram do líder do ato e perguntaram, tranquilamente, até que horas os manifestantes permaneceriam no local. Após serem informados de que a intenção era finalizar o protesto em uma hora, se afastaram para aguardar.
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