Aumento de imigrantes na Grécia pode causar desastre humanitário, diz ONU
Um rápido crescimento do número de imigrantes na fronteira no norte da Grécia pode provocar um desastre humanitário, disse o alto comissário da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) nesta terça-feira (1º).
A organização defendeu melhoria no planejamento e na acomodação de ao menos 24 mil pessoas que estão na Grécia, incluindo as 8.500 em Idomeni, cidade na fronteira entre Grécia e Macedônia. Na segunda-feira (29), centenas de imigrantes tentaram realizar a travessia, apesar da fronteira ter sido bloqueada. Em resposta, policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra o grupo.
Yannis Behrakis-25.fev.16/Reuters | ||
Refugiados caminham na estrada que liga Grécia e Macedônia, mesmo após bloqueio da fronteira |
"A Europa está no limiar de provocar uma grande crise humanitária", disse o porta-voz da ACNUR, Adrian Edwards, em uma coletiva de imprensa.
"As condições de lotação estão levando à escassez de comida, abrigos, água e condições básicas de saneamento. Como todos nós pudemos ver na segunda [quando centenas tentaram atravessar a fronteira entre Grécia e Macedônia], as tensões vêm alimentando a violência e incentivando o tráfico de pessoas", ele disse.
Os imigrantes acabaram presos dentro da Grécia depois que a Áustria e outros países da rota dos Bálcãs impuseram restrições em suas fronteiras, limitando o número de pessoas autorizadas a realizar a travessia.
A ACNUR também convocou os Estados-membros da União Europeia a melhorar sua capacidade de registrar e processar os requerentes de asilo, tanto utilizando procedimentos nacionais quanto por meio das regras europeias. "A Grécia não pode lidar com essa situação sozinha", disse Edwards.
Apesar de terem prometido realocar 66.400 refugiados vindos da Grécia, os Estados se comprometeram efetivamente somente com 539 locais para abrigarem os refugiados e apenas 325 pessoas foram de fato realocadas, ele completou.
Cerca de 131.724 refugiados cruzaram a fronteira do Mediterrâneo entre janeiro e fevereiro, um pouco menos do que o fluxo do primeiro semestre inteiro de 2015; 410 morreram no mar.
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