Obama reafirma compromisso com segurança de países aliados do golfo
Após se reunir com líderes de seis países do golfo Pérsico em Riad, o presidente Barack Obama reafirmou nesta quinta-feira (21) seu compromisso com a segurança dessas monarquias diante das "agressões externas" e concordou com a visão dos aliados de que o Irã ainda representa "sérias preocupações".
O encontro e as declarações se dão numa tentativa de reaproximação de Washington após a tensão gerada entre os países do golfo pelo acordo fechado no último ano entre seis potências –entre elas os EUA– e Teerã sobre o programa nuclear iraniano.
Kevin Lamarque/Reuters | ||
Obama conversa com o vice-premiê de Omã (à esq.), o rei saudita, Salman (centro), e o rei do Bahrein |
"Eu reafirmei a política dos EUA de usar todos os elementos do nosso poder para assegurar nossos interesses na região do golfo e impedir e enfrentar as agressões externas contra nossos aliados e parceiros", disse Obama, após encontro do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), formado por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuait, Omã e Qatar.
Tentando demonstrar empatia com os países da região, Obama disse que, mesmo com o acordo nuclear, há um reconhecimento "coletivo" das "sérias preocupações sobre o comportamento iraniano".
Ele, contudo, não negou que haja diferenças na relação agora. "O que é certo entre os EUA e o Conselho de Cooperação do Golfo, assim como é certo com todos os nossos aliados e amigos, é que, a qualquer momento, vão surgir diferenças", disse Obama.
Segundo ele, é preciso uma comunicação "consistente, institucionalizada" com os países na região porque "as possibilidades de mal entendidos aumentam quando há tanta coisa acontecendo". Obama afirmou, por exemplo, que a formação de um novo governo na Líbia e as conversas para encerrar os conflitos no Iêmen não teriam sido possíveis sem o "apoio" dos países do golfo.
ESTADO ISLÂMICO
Em seu discurso, Obama disse que os países do golfo e os EUA concordaram em seguir unidos em seus esforços para destruir a facção terrorista Estado Islâmico (EI).
"Os países do CCG têm cooperado extensivamente conosco em ações de contraterrorismo, freando o financiamento de atividades terroristas", afirmou.
Segundo ele, os líderes também concordaram em reforçar os esforços humanitários no Iraque e na Síria, continuam vendo violações do frágil acordo de cessar-fogo neste último e concordam que o caminho para a Síria passa por retirar o ditador Bashar al-Assad, estabelecer um governo de transição e uma nova Constituição e realizar eleições livres.
IRAQUE
Obama disse ainda que os EUA e os países do golfo devem esperar para ver se o Iraque conseguirá resolver sua crise política antes de se comprometer em enviar mais ajuda financeira.
No início da semana, os EUA anunciaram que enviarão mais 200 militares para ajudar a combater o EI no Iraque e o secretário de Estado, John Kerry, disse, em viagem a Bagdá na última semana, que os EUA contribuiriam com mais US$ 155 milhões.
"Ainda há agora em Bagdá alguns grandes desafios", disse Obama. "Até que isso esteja acertado, acho que é importante que asseguremos que qualquer dólar adicional para a estabilização que coloquemos lá seja gasto de forma eficiente."
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