Coreia do Norte só usará armas nucleares se for ameaçada, diz ditador
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, declarou que o país só usará suas armas nucleares se sua soberania for ameaçada por outra potência nuclear, informou neste domingo a agência de notícias norte-coreana (KCNA). A afirmação foi feita durante o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que voltou a se reunir após 36 anos.
"Como um Estado com armas nucleares responsável, nossa república não usará suas armas nucleares a menos que forças hostis com armas nucleares violem sua soberania", disse Kim durante a reunião da assembleia política neste sábado (7), segundo a KCNA.
Na sexta (6), Kim Jong-un disse que seu país obteve "resultados sem precedentes" com um teste de uma bomba de hidrogênio (em janeiro) e o lançamento de um satélite (em fevereiro), em seu discurso de abertura do congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que volta a se reunir após 36 anos.
"Os militares e o povo conseguiram um grande êxito com o primeiro teste da bomba de hidrogênio e o lançamento do satélite de observação Kwangmyongsong-4", afirmou, ante centenas de membros do partido.
Ambos os exercícios militares foram criticados pela comunidade internacional, que já sanciona Pyongyang por descumprir resoluções da ONU sobre o programa nuclear do país.
Mais de cem jornalistas estrangeiros que tiveram permissão de entrar no país foram levados para perto do prédio que abriga o evento. Nenhum, porém, teve autorização para entrar no local.
CONGRESSO
Kim, 33, deve usar o congresso, com duração prevista de quatro a cinco dias, para ampliar seu poder, colocando nomes mais leais a ele em órgãos centrais. Também procurará reforçar a política de conciliar o programa nuclear com a tentativa de melhorar a economia.
O congresso não ocorria desde 1980, quando o ex-ditador Kim Il-sung (1912-1994), avô do atual, disse que o próximo encontro só seria marcado quando a Coreia do Norte resolvesse o problema de alimentação da população.
Em tese, trata-se da mais alta esfera deliberativa do partido único do país, mas na realidade as decisões são tomadas por Kim e seus assessores.
Assim, os delegados que compareceram ao encontro mais chancelam medidas do que as debatem.
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