Irã não enviará peregrinos à Meca, declarou ministro da Cultura
Os iranianos não farão neste ano sua peregrinação anual à Meca, declarou neste domingo (29) o ministro de Cultura iraniano, Alí Janati, acusando a Arabia Saudita de colocar "obstáculos", segundo informou a emissora estatal.
" Depois de duas rodadas de negociações sem resultado, devido a obstáculos impostos pelos sauditas, os peregrinos iranianos não poderão lamentavelmente celebrar o Hajj [peregrinação anual à Meca]", afirmou o ministro.
Uma delegação iraniana viajou para a Arabia Saudita semana passada para tentar alcançar um acordo sobre a peregrinação dos fiéis à Meca. O grupo, porém, retornou a Teerã na sexta-feira (27) sem ter chegado a um acordo.
"O ministério saudita do Hajj e seus responsáveis não têm a autoridade necessária para tomar decisões", declarou Said Ohadi, presidente da organização iraniana do Hajj. Ele acrescentou que os sauditas não teriam aceitado as condições do Irã.
O ministério saudita, por sua vez, disse que a culpa dos peregrinos iranianos não poderem celebrar o Hajj neste ano é no próprio Irã.
As discussões foram a segunda tentativa —a primeira ocorreu em setembro de 2015— das potências rivais do Oriente Médio de estabelecer as condições da organização da peregrinação deste ano. A ideia era evitar o tumulto do ano passado, que causou 2.300 mortes, sendo 464 iranianos.
A Arabia Saudita, um país com população majoritariamente sunita, e o Irã, xiita, discordam em muitos temas, como na guerra da Síria, onde Teerã apoia o regime do presidente sírio Bashar al-Asad.
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