EI mata 20 em atentado suicida realizado em subúrbio de Damasco
Um atentado envolvendo dois terroristas suicidas e um carro-bomba num subúrbio de Damasco matou ao menos 20 pessoas neste sábado (11).
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ato terrorista, que se deu nas proximidades da mesquita de Sayeda Zeinab, principal centro religioso dos xiitas no país.
O governo sírio declarou que houve oito mortos, mas a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) estima que tenham sido ao menos 20, entre os quais 13 civis -as demais vítimas são membros de milícias a favor do regime de Bashar al-Assad.
O OSDH estima que o número suba, pois há muitos feridos em estado crítico.
AFP | ||
Sírios observam local de ataque ocorrido neste sábado na região da mesquita xiita de Sayeda Zeinab |
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, John Kirby, expressou a condenação dos EUA ao atentado. "Esse ato terrorista demonstra, mais uma vez, a desumanidade e brutalidade de tudo que o E.I. FAZ e que ele representa", disse Kirby.
Carros e lojas foram totalmente destruídos na região, que já sofreu três ataques similares reivindicados pelo EI no ano.
Segundo a agência de notícias Amaq, vinculada ao EI, dois de seus suicidas da milícia se explodiram e um carro-bomba foi detonado no atentado deste sábado.
Os xiitas (denominação que inclui 15% dos muçulmanos no mundo) apoiam Assad e são vistos como hereges pelos sunitas radicais do EI. Sayeda Zeinab recebe ainda militantes xiitas do Iraque e Afeganistão, que visitam o templo antes de partirem para o front.
A região próxima ao templo é também um reduto do grupo radical xiita libanês Hizbullah, que conta com o apoio do Irã, um dos principais aliados de Assad.
Milicianos não religiosos dizem que o apoio iraniano às tropas de Assad e a outras milícias xiitas agrava a dimensão sectária da guerra síria.
Por outro lado, forças sírias apoiadas pelos EUA têm feito avanços territoriais contra o EI. Neste sábado, disse o OSDH, as Forças Democráticas Sírias, que contam com árabes e curdos, chegaram a 17 km de al-Bab, bastião da facção no norte de país.
CERCO
Na última sexta (10) as FDS cercaram a cidade de Manbij, após uma semana de avanços na área, eliminando assim o principal eixo de abastecimento do EI entre Síria e Turquia.
As FDS procuravam reconquistar a cidade, localizada na província de Aleppo, desde 31 de maio, bloqueando as estradas que uniam Manbij a outras zonas controladas pela facção terrorista na Síria.
Para o representante dos EUA na coalizão internacional que combate o EI, Brett McGurk, Manbij, que está nas mãos da facção desde 2014, é uma plataforma da milícia para a Europa, palco de recentes atentados sangrentos por ela reivindicados.
O cerco a Manbij, porém, representa limitações extremas a dezenas de milhares de civis, segundo fontes locais citadas pelo OSDH – a ONG diz que os aviões da coalizão mantêm a cidade sob bombardeio.
Milhares de habitantes conseguiram escapar antes do sítio, mas, segundo Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, desde sexta as padarias deixaram de funcionar, e os alimentos começaram a escassear.
Voluntários do Crescente Vermelho curdo têm atendido feridos pelas minas deixadas pelos radicais antes de fugir dos povoados tomados na rota do cerco.
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