Agentes evitam 'um dos maiores planos terroristas' no Irã, diz governo
Agentes de inteligência iranianos desmantelaram uma das maiores conspirações terroristas já arquitetadas tendo o Teerã e outros distritos da República Islâmica como alvos, segundos informações da imprensa estatal do Irã nesta segunda-feira (20).
"Em uma trama criminal de grupos terroristas anti-islâmicos 'takfiri', uma série de explosões estava planejada em diversos locais do país para os próximos dias. Os terroristas foram presos e algumas bombas e uma grande quantidade de explosivos foram apreendidos", disse o ministro da Inteligência iraniano, Mahmoud Alavi, em declaração ao canal de TV estatal do país.
Apu Gomes-10.nov.2013/Folhapress | ||
Mulheres caminham em frente a mesquita na praça Tajrish, no norte da capital iraniana, Teerã |
Os suspeitos presos estão sob interrogatório, ainda segundo informações da emissora estatal.
A denominação "takfiris" se refere a muçulmanos de ideologia extremista sunita que acusam outros de infiéis. Autoridades iranianas com frequência usam o termo para designar seguidores do Estado Islâmico, embora não esteja claro o envolvimento do grupo extremista neste caso.
A IRNA denominou os envolvidos como "takfiris Wahhabi". O Wahhabismo é uma ideologia fundamentalista do islã sunita praticada predominantemente na Arábia Saudita.
O anúncio acontece em um momento em que o Irã luta contra o Estado Islâmico e auxilia o presidente da Síria, Bashar al-Assad, em uma guerra civil.
A agência de notícias semioficial ISNA também informou que o secretário do Conselho de Segurança Nacional, Ali Shamkhani, disse neste domingo (19) que forças de segurança iranianas prenderam membros de uma rede que planejava atentados suicidas no Teerã durante o Ramadã. Ele afirmou ainda que o EI é o inimigo número um do Irã.
Já a agência estatal IRNA disse, citando o ministro de Inteligência, que o ataque estava planejado para acontecer no aniversário da morte da esposa do profeta Maomé, Khadija, que foi celebrado na quinta-feira (16).
Em maio, forças de segurança iranianas anunciaram a prisão de dezenas de membros do EI nas regiões leste e oeste do país, assim como outros 50 simpatizantes que promoviam a ideologia do grupo na internet.
O Irã já havia anunciado a possibilidade de atentados de militantes ao país, que não tem ataques em larga escala desde a Revolução Islâmica, de 1979. O país sofreu seu pior ataque desde então em 28 de junho de 1981, quando uma explosão no quartel-general do Partido Republicano Islâmico no Teerã matou ao menos 72 pessoas, incluindo o líder do partido, quatro ministros de governo, oito vice-ministros e 23 membros do Parlamento.
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