Justiça permite novo julgamento a condenado da série "Serial" nos EUA
A Justiça do Estado de Maryland concedeu nesta quinta-feira (30) um novo julgamento a Adnan Syed, 36, condenado em 1999 à prisão perpétua pela morte de sua ex-namorada Hae Min Lee, na época com 18 anos.
O caso ficou famoso nos EUA após ter sido assunto da primeira temporada da série de podcast "Serial", que se tornou uma febre no país em 2014. A autora, a jornalista Sarah Koenig, colocou sob suspeita a condenação de Syed.
Carlos Barria - 5.fev.2016/Reuters | ||
Adnan Syed (à esquerda) presta depoimento no tribunal criminal de Baltimore, nos EUA, em fevereiro |
No primeiro julgamento, a defesa não incluiu duas testemunhas que confirmavam o álibi do condenado. As mulheres deram seu depoimento no programa, motivo pelo qual a nova equipe de defensores de Syed apelou à Justiça.
O processo foi reaberto em novembro e novas provas começaram a serem apresentadas em fevereiro. Dentre elas, os depoimentos das novas testemunhas, incluindo Asia McClain, uma das principais entrevistadas em "Serial".
Em sua declaração, na última quarta (29), McClain confirmou a versão da série de que via e conversava com Syed em uma biblioteca pública de Woodlawn no momento em que Hae Min Lee era morta.
O advogado de defesa, C. Justin Brown, disse que a ex-defensora de seu cliente, Cristina Gutierrez, foi negligente. Ele também contestou a análise dos dados do celular de Syed, que havia sido descartada pelos primeiros juízes.
As falhas da primeira defesa foram o motivo colocado pelo juiz responsável, Martin Welch, para reabrir o processo. A decisão foi considerada uma vitória pela defesa e pelo condenado, que há 16 anos tenta provar sua inocência.
Esta é a segunda vez que a defesa de Syed tenta um novo julgamento. Na primeira, em 2014, a Justiça considerou que a primeira advogada do condenado excluiu testemunhas como parte da estratégia de defesa de seu cliente.
A série de podcast "Serial" terminou recentemente sua segunda temporada, em que conta a história de Bowe Bergdahl, soldado americano capturado pelo Taleban em 2009 e libertado em uma troca de prisioneiros cinco anos depois.
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