Macri quebra promessa de entregar fortuna para terceiros administrarem
Promessa de campanha do presidente da Argentina, Mauricio Macri, a entrega de seus bens para terceiros administrarem enquanto estivesse no poder não tem sido cumprida integralmente.
De sua fortuna de 110 milhões de pesos (R$ 25 milhões), 40% estão sob gestão de uma empresa, da qual apenas recebe relatórios, não podendo opinar sobre investimentos nem movimentar recursos.
O restante, como imóveis, ações e recursos no exterior, está sob seu comando. Uma conta com 18,7 milhões de pesos (R$ 4,2 milhões) no paraíso fiscal das Bahamas, que causou debate no país quando foi revelada após o escândalo dos Panama Papers, em maio, está na lista dos patrimônios que Macri ainda pode gerenciar. O presidente diz já ter repatriado a quantia.
Desde 2015, quando concorria à Presidência com um discurso de transparência, Macri dizia que não teria acesso a sua fortuna durante o mandato. A medida, que não é exigida por lei, foi vista como um modo de se diferenciar de sua antecessora, Cristina Kirchner, suspeita de lavagem de dinheiro.
O mandatário só concretizou (e em parte) sua promessa após a repercussão dos Panama Papers, que o apontou como diretor de empresas constituídas em paraísos fiscais.
Isso tem alimentado o discurso da oposição. Na semana passada, quando a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão em seus imóveis, Cristina se disse perseguida. "Por acaso, alguém sabe se o presidente e sua família, envolvidos no Panama Papers, tiveram suas empresas revistadas?", perguntou a ex-presidente.
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