Rebeldes sírios dizem ter rompido cerco do regime em Aleppo
A coalizão da oposição síria anunciou neste sábado (6) que os rebeldes conseguiram romper o cerco imposto há três semanas pelas tropas do regime nos bairros controlados pelos insurgentes em Aleppo, no norte do país.
"Os rebeldes romperam o cerco", afirmou em sua conta no Twitter a coalizão da oposição, refugiada no exterior.
Omar Haj Kadour/AFP | ||
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Soldados da Frente Fateh al-Sham sentam em trincheira após conquistar importante posição em Aleppo |
O regime de Bashar al Assad não confirmou a informação. Mais cedo, a agência estatal Sana afirmou que os rebeldes lançaram uma nova ofensiva na cidade, causando combates intensos e ataques aéreos na fronteira sul da cidade.
O jornal pró-regime "Almasdarnews" informa que os rebeldes explodiram vários carros-bomba ao redor do complexo de escolas militares da cidade, abrindo brechas através das quais entraram na área.
As forças do governo fecharam no último dia 17 de julho a principal estrada de acesso às áreas de Aleppo controladas pelos rebeldes, isolando os insurgentes na região. A ONU estima que entre 250 mil e 300 mil moradores ficaram presos dentro do cerco.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirma que mais de 500 combatentes —entre insurgentes, jihadistas e forças pró-regime— morreram somente na última semana, a maioria em bombardeios aéreos. Os confrontos deixaram ainda ao menos 112 civis, entre eles 33 crianças, mortos.
Um dos principais grupos islamitas envolvido nos combates, o ultraconservador Ahrar al Sham, postou um vídeo na internet que mostra seus militantes supostamente dentro da Academia de Artilharia da cidade, um dos postos das forças do regime localizado a 1,6 km das áreas opositoras. As imagens exibem ainda tanques destruídos e armas apreendidas.
A Frente Fateh al-Sham, outra facção das forças opositoras, anunciou a tomada de duas academias militares e de uma terceira posição militar na mesma região.
"Deus proverá uma vitória gloriosa para nossos combatentes, que vão quebrar o cerco de Aleppo", afirmou em uma mensagem de áudio divulgada em sites extremistas, Abu Mohammad al-Jolani, o líder da frente. "O resultado da batalha será muito maior do que um levantamento do cerco. Ela vai mudar o equilíbrio de forças e preparar um novo capítulo na guerra."
Aleppo, a segunda maior cidade do país, está dividida desde 2012 em duas partes: uma sob o controle dos rebeldes, a leste, e outra em mãos do regime, a oeste.
ESTADO ISLÂMICO
Também neste sábado, combatentes árabes e curdos das Forças Democráticas da Síria (FDS) entraram em Minbej, reduto do Estado Islâmico a cerca de 60 km a nordeste de Aleppo. A ação contou com apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Minbej era a principal rota de abastecimento do EI entre a fronteira turca e Raqqa, a capital de fato dos extremistas na Síria, situada ao leste.
As FDS "controlam Minbej e patrulham o centro da cidade em busca dos últimos extremistas que possam estar escondidos", disse o observatório sírio.
Desde 2011, a guerra civil na Síria deixou mais de 280 mil mortos e milhões de deslocados.
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