Sem direito a debate, tailandeses aprovam lei que fortalece Junta Militar
Os eleitores tailandeses aprovaram neste domingo (7) a proposta de constituição que fortalece o poder da Junta Militar. Os militares estão no poder há dois anos, desde um golpe que derrubou a então primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
As cédulas traziam ainda uma segunda questão: o Senado deve intervir na eleição do primeiro-ministro?
Com 91% das urnas apuradas, 62% dos eleitores disseram sim no referendo, contra 38% que rejeitaram a nova Carta Magna.
Li Mangmang/Xinhua | ||
Eleitor deposita seu voto em urna de Bancoc, na Tailândia; debate foi proibido |
A campanha do referendo foi marcada pela proibição dos debates sobre o novo texto, sob pena de prisão, e a prisão de quem defendia abertamente o "não".
Os panfletos distribuídos pela Comissão Eleitoral associam as novas leis à felicidade do país e mostram fotos de crianças sorridentes. Deixam de lado o fato de que, com a vitória do "sim", o Senado deixará de ser eleito pelo povo e o Parlamento, ainda que eleito, será subordinado à Junta Militar.
O presidente da Junta Militar e primeiro-ministro do país, Prayut Chan-ocha, votou no centro eleitoral de Soi Pradipat 5, em Bancoc. "Se trata do futuro da Tailândia. É a democracia. Vão votar", pediu.
Os partidários da reforma constitucional alegam que a nova Carta Magna permitirá destravar a burocracia política e organizar as eleições legislativas previstas para 2017.
A Tailândia já teve 19 constituições, quase todas elas derrubadas após a intervenção dos militares, desde o fim da monarquia absolutista, em 1932.
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