Ataques a bomba na Turquia deixam 14 mortos e mais de 200 feridos
Três atentados a bomba realizados no sudeste da Turquia deixaram ao menos 14 mortos na manhã de quinta-feira (18) e outros 224 feridos, incluindo dezenas de civis.
Semanas após uma tentativa de golpe de Estado, esses atentados podem aprofundar a crise política no país. O governo turco acusa militantes curdos —com quem está em conflito— de ter realizado esses ataques. Ninguém reivindicou as ações, no entanto.
Um dos incidentes ocorreu em Elazig, com a explosão de um carro-bomba diante de uma estação policial. O local ficou em ruínas. Outra bomba explodiu no distrito de Hizan, horas depois. Um terceiro ataque ocorreu em uma estrada no sudeste do país, e tinha como alvo um veículo militar que transportava soldados.
Kamilcan Kilic/Reuters | ||
Multidão em frente à delegacia destruída após explosão de carro-bomba em Elazig, no leste da Turquia |
O PKK (sigla para Partido dos Trabalhadores do Curdistão) é considerado uma organização terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O partido, que defende maior autonomia aos 15 milhões de curdos na Turquia, é acusado de ter realizado dezenas de ataques desde o ano passado no sudeste.
Havia um frágil cessar-fogo vigente até meados de 2015, e sua ruptura levou ao aumento da violência na região. Cerca de 600 membros das forças de segurança turcas e milhares de militantes foram mortos, segundo a agência de notícias Anadolu.
Na segunda-feira (15), outro atentado realizado com carro-bomba no sul do país deixou oito mortos, incluindo cinco policiais e três civis.
EXPURGO
Os curdos estão entre os alvos do governo turco em seu extenso expurgo iniciado após a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, que deixou mais de 240 mortos.
Desde então, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem detido ou demitido militares, jornalistas e membros do Judiciário, entre outros.
De acordo com o governo turco, 40.029 pessoas foram detidas desde a tentativa de golpe e 79.900 foram removidas do serviço público, incluindo militares e policiais.
Na quinta-feira, a unidade de crimes financeiros da polícia turca emitiu 187 mandados de prisão contra empresários suspeitos de relação com o clérigo Fetullah Gülen –acusado por Ancara de orquestrar o golpe frustrado– e fez buscas em firmas de Istambul e no interior do país.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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