Maduro confirma diálogo com oposição, mas descarta referendo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta terça-feira (13) que seu governo iniciou contatos com a oposição para estabelecer um diálogo sobre a crise do país, assegurando que tem o respaldo do Vaticano, mas descartou o referendo revogatório exigido por seus adversários.
"Querem ressuscitar um morto e, mais cedo que tarde, o povo venezuelano e as leis venezuelanas terminarão de enterrar em paz a fraude que cometeram", disse Maduro, que reiterou acusações sobre supostas irregularidades na coleta de assinaturas organizada pela coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática).
Reuters | ||
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fala durante seu programa semanal na TV estatal do país |
Em seu programa semanal de televisão, o presidente afirmou que a iniciativa conta com o apoio do papa Francisco, de acordo com Ernesto Samper, secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
"Samper me entregou uma carta do papa Francisco (...) O papa Francisco se compromete com os diálogos de paz", disse.
A Unasul tem uma missão internacional liderada pelo ex-premiê espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que desde maio tenta estabelecer conversações entre o governo e a oposição.
Maduro indicou que, em encontros realizados na última sexta-feira (9) e no sábado (10), foi estabelecida uma "rota de possíveis reuniões em setembro e outubro".
Apesar de ter repetido o convite ao diálogo, Maduro acusou líderes opositores de violar acordos para manter a aproximação em sigilo e insistiu em denunciar planos para provocar a violência e propiciar um golpe de Estado.
"Ratifico minha convocação ao diálogo, mas estas pessoas não têm palavra", afirmou o presidente, que prometeu atuar com "mão de ferro".
Em um comunicado, a MUD reconheceu os contatos, mas explicou que o objetivo é "explorar" o diálogo como via para celebrar o referendo revogatório ainda este ano.
Ao mesmo tempo, a oposição ratificou a convocação de um protesto nacional na próxima sexta-feira (16) para exigir do Poder Eleitoral uma data e as condições para reunir as 4 milhões de assinaturas necessárias (20% do padrão eleitoral) para convocar a consulta.
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