Com margem curta nas pesquisas, Hillary vê risco na Flórida e em Ohio
A nova pesquisa "New York Times"/CBS News divulgada nesta quinta-feira (15) mostra um empate técnico entre os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump —com 46% e 44% das intenções de voto, respectivamente.
Após um fim de semana ruim para sua campanha, essa é a terceira sondagem —junto com uma Economist/YouGov e uma Reuters/Ipsos— a mostrar uma vantagem da democrata que não supera a margem de erro.
O desempenho pior nas pesquisas nacionais é sinal negativo para Hillary, mas mais preocupante é o cenário que se tornou desfavorável na última semana em dois Estados-chave: Flórida e Ohio.
Como a eleição é indireta e se dá por Colégio Eleitoral, é o resultado nos chamados Estados-pêndulo (onde nenhum partido tem a preferência garantida) que define o vencedor. E o cenário se complica para a democrata se ela perder Flórida e Ohio, que somam 47 votos no colégio.
Pesquisas CNN/ORC feitas entre 7 e 12 de setembro mostraram que Trump ultrapassou a rival na última semana, com 50% contra 46% —mesmo placar nos dois Estados.
Segundo a contagem de votos dos delegados do site Real Clear Politics, a democrata pode contar hoje com 209 dos 270 necessários para a eleição. Trump, com 154.
Dos 14 Estados indefinidos, que somam 175 votos, Trump aparece hoje à frente em, além de Ohio e Flórida, Iowa e Missouri. Para se aproximar da Casa Branca, ele tem ainda que garantir o apoio em quatro Estados onde hoje há empate técnico: Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e Arizona.
Com isso, teria 111 de 116 delegados de que ainda precisa (o vencedor nas urnas leva todos os votos do Estado —à exceção de Maine e Nebraska).
VIRGÍNIA
Mesmo ainda à frente nos números, Hillary já não possui margem confortável e terá que se preocupar, especialmente, em se manter à frente na Virgínia, que tem 13 votos.
Dos outros seis Estados indefinidos, este é o mais volúvel e o único que não votou com democratas em todas as eleições desde 2004.
Hoje, a média RCP de sondagens na Virgínia registra vantagem de 3,5 pontos percentuais para a democrata.
PROJEÇÃO DE VOTOS* - Pesquisa nacional mostra aproximação de Trump
O mau momento se dá após Hillary chamar, em discurso, parte dos simpatizantes de Trump de "deploráveis" e da revelação de que sua campanha tentara esconder que ela estava com pneumonia.
A democrata depois se retratou pela declaração e falou à CNN sobre sua saúde, mas o estrago já estava feito.
A pesquisa NYT/CBS divulgada na quinta-feira foi feita entre 9 e 13 de setembro —bem em meio às duas polêmicas—, com 1.433 eleitores. A margem de erro é de três pontos.
O impulso do republicano, porém, pode ajudar a reverter o cenário. O voto nos EUA não é obrigatório, e uma maior probabilidade de vitória do empresário pode motivar o eleitor anti-Trump a ir às urnas em 8 de novembro.
A campanha de Hillary, no entanto, terá trabalho pela frente. Segundo a pesquisa NYT/CBS, apenas 43% de seus eleitores se dizem "muito empolgados" em votar. No caso de Trump, são 51%.
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