Trump diz que seguranças de Hillary deveriam andar desarmados
O candidato republicado à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou ao estilo polêmico que marca sua campanha ao sugerir que os agentes do Serviço Secreto que fazem a segurança de sua adversária na disputa, a democrata Hillary Clinton, deveriam andar desarmados "para ver o que ocorre com ela".
Mike Segar/Reuters | ||
Candidato à Casa Branca, Donald Trump, discursa em Miami |
Trump vem afirmando, incorretamente, que a rival quer acabar com a Segunda Emenda à Constituição dos EUA, que garante o porte de armas. A ex-secretária de Estado defende mais restrições à venda de armas no país.
Em comício realizado em Miami, no Estado da Flórida, na noite de sexta (16), o republicano pediu para que os guarda-costas de Hillary sejam desarmados. "Acho que deveriam se livrar de todas as armas. Ela não quer armas. Tirem as armas –e vamos ver o que ocorre", afirmou ele. "OK, será muito perigoso."
RESPOSTA
A equipe da campanha de Hillary respondeu rapidamente à afirmação do bilionário. Robby Mook, um porta-voz da democrata, divulgou um comunicado na noite de sexta-feira, no qual afirma que "Trump tem o costume de incitar a violência".
"Mesmo se isso foi dito para provocar manifestantes no comício ou fazer uma piada, é uma característica inaceitável para alguém que quer assumir o cargo de presidente. Esse é o tipo de fala que deveria ficar fora do limite para um candidato à Presidência."
Um porta-voz do Serviço Secreto se recusou a comentar o trecho do discurso de Trump.
No início de agosto, o republicano sugeriu, durante um comício numa região conservadora da Carolina do Norte, que os defensores de armas agissem para impedir que Hillary, caso eleita, "acabe" com a Segunda Emenda.
"Se ela puder escolher os seus juízes [para a Suprema Corte], não há nada que vocês possam fazer. A não ser o pessoal da Segunda Emenda [defensores de armas], que talvez possa, eu não sei", continuou. O republicano não explicou a que se referia.
Depois, ele rebateu as críticas decorrentes da fala, dizendo que todos no comício sabiam que ele estava se referindo ao poder dos eleitores e "que não poderia haver outra interpretação".
O republicano, que tem o apoio da NRA (Associação Nacional de Rifles), o mais importante grupo de lobby pró-armas nos EUA, voltou a reafirmar, em sua conta no Twitter, a fala feita no comício de Miami: "Hillary quer acabar com seus direitos da Segunda Emenda. As armas serão tiradas de seus agentes fortemente armados do Serviço Secreto? Talvez não!".
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