Brasil quitará suas dívidas com órgãos globais, afirma ministro
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quarta-feira (5) que o Brasil deve quitar suas dívidas com os organismos internacionais neste ano. Uma proposta de liberação de R$ 3 bilhões para esse fim está prestes a ser aprovada no Congresso, disse Oliveira em Washington, onde participa da reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.
Também foi incluída uma previsão de R$ 2,5 bilhões no orçamento do próximo ano para o pagamento desses compromissos.
Outra decisão foi o desligamento do país de seis organismos internacionais, entre eles a Comissão Internacional da Pimenta do Reino. O mesmo poderá acontecer com outras organizações.
Eduardo Munoz/Reuters | ||
A Assembleia Geral da ONU, em Nova York; dívida com órgãos internacionais será paga, diz ministro |
"Temos analisado isso", disse o ministro, observando que as entidades que o Brasil deixará não têm pagamentos altos, mas "se tornaram irrelevantes ao longo do tempo", como a comissão da pimenta do reino e a Comissão Internacional da Baleia. "Nem é tanto pelos valores, porque são baixos, é mais pela adequação."
Além de participar de reuniões no FMI e em outras instituições multilaterais, Oliveira também terá um encontro com investidores para apresentar o plano de concessões públicas do governo.
Depois que o Brasil correu o risco de perder direito a voto em algumas instituições internacionais devido às dívidas atrasadas, o ministro espera que a situação se normalize neste ano.
"Nós temos valores atrasados de anos anteriores e um projeto de lei no Congresso este ano que libera R$ 3 bilhões de reais para o pagamento a esses organismos. Então teremos condições de normalizar o pagamento aos organismos internacionais", disse ele, afirmando que o montante pedido equivale aproximadamente ao da dívida brasileira. "Estamos tomando as providências para normalizar essa situação."
Segundo uma lista elaborada pelo Planejamento a pedido do Itamaraty, à qual a Folha teve acesso em junho, havia 34 organizações que o Brasil poderia deixar para cortar gastos. Entre elas estavam fóruns com peso regional, como a Comissão Intergovernamental dos Países da Bacia do Prata, e de relevância ambiental, como a Comissão Internacional da Baleia.
Também foram incluídos organismos da ONU como a Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) e o Fundo de Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica. Das menos conhecidas, a Comissão Internacional da Pimenta do Reino, citada pelo ministro, e o Acordo de Conservação de Albatrozes e Petréis.
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