Presidente da Câmara dos EUA discorda de Trump sobre tortura
O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, afirmou nesta quinta-feira (26) que a prática de tortura é ilegal e defendeu que assim permaneça.
A declaração de Ryan, membro do Partido Republicano, contradiz a afirmação feita na véspera pelo presidente do país, Donald Trump. O mandatário disse que "devemos combater fogo contra fogo", defendendo o uso de práticas de interrogatório como o afogamento no combate o terrorismo.
Joshua Roberts - 10.nov.2016/Reuters | ||
Donald Trump (à esq.) e o presidente da Câmara, Paul Ryan, em foto de novembro |
Segundo a imprensa americana, Trump pretende assinar em breve um decreto que pode levar à revisão de técnicas de interrogatório banidas no mandato do antecessor, o democrata Barack Obama, e à reabertura de prisões secretas da CIA, fechadas também no governo Obama.
Apesar da divergência com relação à tortura, Ryan expressou apoio à administração Trump e disse querer ver um presidente comprometido com suas pautas.
O congressista deve se reunir com Trump e outros aliados nesta quinta-feira para discutir as estratégias políticas do novo governo. Desde a posse de Trump, na última sexta-feira (20), o Partido Republicano controla a Presidência e as duas casas do Congresso dos EUA.
Ryan afirmou que pretende trabalhar junto a Trump para cortar impostos e derrubar a Lei de Saúde Acessível, implementada na administração Obama. O Congresso já deu início ao desmonte da lei, conhecida como Obamacare.
O presidente da Câmara também defendeu que o Congresso aprove a proposta de Trump de erguer um muro na fronteira com o México para barrar a entrada de imigrantes e drogas. Questionado sobre a origem da verba necessária para a obra, Ryan disse esperar que a administração federal repasse recursos extras para a construção.
Além disso, o congressista expressou apoio à ideia de Trump de iniciar uma investigação sobre fraudes eleitorais –apesar de ter vencido a disputa pela Casa Branca no colégio eleitoral, o magnata nova-iorquino repete alegações de que perdeu no voto popular para sua rival, Hillary Clinton, devido a irregularidades.
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