'Temos muitos assassinos. Acha que nosso país é inocente?', diz Trump
Mandel Ngan - 3.fev.2017/AFP | ||
O presidente dos EUA Donald Trump fala a repórteres durante voo rumo a Flórida |
O presidente dos EUA, Donald Trump, comparou os Estados Unidos ao regime autoritário do presidente russo Vladimir Putin em entrevista à Fox News e disse que seu país "tem muitos assassinos".
A conversa será exibida na TV neste domingo (5) à noite e teve um trecho antecipado pela emissora.
O entrevistador Bill O'Reilly perguntou a Trump se ele respeita Putin. O líder americano disse que sim, mas que respeitar não significa que ambos terão uma relação amigável.
"Eu diria que é melhor se dar bem com a Rússia do que não [se dar bem]. E se Rússia nos ajuda a lutar contra o Estado Islâmico, que é uma grande luta, e contra o terrorismo ao redor do mundo, é uma coisa boa", disse Trump. "Eu vou ter uma relação amigável com ele? Não tenho ideia."
O apresentador pressionou Trump, lembrando que Putin é conhecido por ter tido vários de seus inimigos assassinados.
"Há muitos assassinos. Nós temos muitos assassinos. O que você acha? Nosso país é tão inocente?", respondeu Trump.
O presidente americano já demonstrou outras vezes ter uma visão positiva de Putin. "Ele conduz seu país e ao menos é um líder, o que não temos nesse país", disse, em entrevista no fim de 2015.
No sábado passado (28), Trump e Putin falaram por telefone e prometeram aumentar a cooperação entre os dois países no comabte ao terrorismo.
IRÃ E OBAMACARE
Na entrevista que foi ao ar pouco antes do Super Bowl, Trump não poupou críticas ao Irã, que chamou de "Estado terrorista número um", e ao acordo sobre o programa nuclear do país - "o pior acordo já negociado pelos EUA", segundo ele. "Eles têm total desprezo pelo nosso país."
O presidente, no entanto, disse que é preciso "esperar para ver o que acontece" com o acordo nos próximos meses. Na última sexta (3), o governo americano impôs novas sanções a 13 cidadãos e 12 empresas em resposta a um recente teste de um míssil balístico por Teerã.
O republicano defendeu ainda o decreto proibindo a entrada, por 90 dias, de qualquer cidadão de sete países de maioria muçulmana.
"Acho que foi muito suave () Tudo o que fizemos foi vetar essas pessoas de forma muito cuidadosa", disse, acrescentando que 109 pessoas foram barradas entre "centenas de milhares de viajantes".
Questionado sobre quando pretende substituir o Obamacare, Trump disse que isso pode levar "algum tempo" e ficar "para o próximo ano".
No dia de sua posse, Trump ordenou que o Departamento de Saúde e as agências relacionadas adiassem a implementação de exigências da reforma de saúde implementada por Obama. No entanto, o presidente não apresentou nenhuma alternativa ainda ao Obamacare.
Com informações de ISABEL FLECK, de Washington.
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