Cidades como Milão e Porto disputam agências europeias após o 'brexit'
Justin Tallis - 20.fev.2017/AFP | ||
Bandeira da União Europeia tremula perto do Big Ben, em Londres |
A União Europeia anunciou nesta terça-feira (1º) ter recebido 27 propostas para relocar suas duas agências hoje sediadas no Reino Unido, que deixará o bloco em 2019.
A relocação dos prestigiosos escritórios –que lidam com regulação farmacêutica e financeira– é uma das consequências de curto prazo do "brexit", aprovado por voto popular em junho de 2016, e um indício do crescente isolamento britânico.
Centenas de funcionários e suas famílias vão ser também deslocados, e as próximas sedes receberão um empurrão político e econômico.
Houve 19 ofertas para a Agência Europeia de Medicamentos e 8 para a Autoridade Bancária Europeia, atualmente baseadas em Londres. No total, concorrem 23 cidades, incluindo Amsterdã, Barcelona, Milão e o Porto.
A decisão será tomada em novembro em comum acordo entre os 27 Estados-membros da União Europeia a partir de critérios como a acessibilidade. É essencial também que as duas agências estejam prontas para operar assim que o Reino Unido conclua o processo de saída.
IMPACTOS
A Agência Europeia de Medicamentos é responsável pela avaliação, supervisão e monitoramento de medicamentos na União Europeia. Já a Autoridade Bancária Europeia trabalha com a regulação do setor bancário europeu, avaliando, por exemplo, as suas vulnerabilidades.
Ambas as saídas terão impacto negativo no Reino Unido. Perder a Agência Europeia de Medicamentos significa entraves à regulação e um possível atraso na chegada de remédios aos pacientes britânicos. O setor farmacêutico pode cortar seus fundos à pesquisa no Reino Unido.
No caso da Autoridade Bancária Europeia, o deslocamento pode ser acompanhado pela saída de bancos e de funcionários, enfraquecendo seu setor financeiro.
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