Governo da Bolívia critica a suspensão imposta a Venezuela no Mercosul
Freddy Zarco/ABI - 6.ago.2017/Xinhua | ||
O presidente da Bolívia, Evo Morales, acomapnhado de seu vice, Alvaro García Linera, participa das celebrações pelo 192º aniversário da independência do país |
O governo da Bolívia rechaçou, neste domingo (6), a decisão dos quatro países fundadores do Mercosul -Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai- de suspender a Venezuela do bloco por "ruptura da ordem democrática" e garantiu que a resolução "viola" normas do grupo, por não ter havido consulta.
"A Bolívia rechaça a suspensão da Venezuela do Mercosul", afirmou o governo em um comunicado enviado à AFP, que ainda diz que a declaração emitida em São Paulo neste sábado "não contribui para o diálogo que o povo venezuelano precisa para superar suas diferenças".
A Bolívia "não participou do procedimento de consultas" sobre a situação venezuelana, apesar de ter rubricado o Protocolo de Ushuaia, de 1998, sobre o compromisso democrático", apontou o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.
Por isso, o órgão aponta que houve "violação do artigo 6 do mesmo protocolo sobre a necessidade de consenso para a implementação de medidas a outro Estado".
A Bolívia está em processo de adesão ao bloco, à espera da aprovação dos parlamentos dos demais países-membros.
O governo de Evo Morales ainda afirmou que não compartilha do argumento empregado para "suspender a irmã República Bolivariana da Venezuela do Mercosul", sobre o argumento de uma ruptura da ordem democrática.
Para a Bolívia, a convocação da Assembleia Constituinte, que neste sábado (5) destituiu a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, é "a mais clara prova do espírito democrático do povo venezuelano".
Evo Morales, que é aliado próximo da Venezuela desde o governo de Hugo Chávez, defendeu a formação da Constituinte e garantiu que há um plano orquestrado nos Estados Unidos para derrubar seu colega Nicolás Maduro.
Sobre o papel da Venezuela no Mercosul, o presidente boliviano pediu, no ano passado, que Caracas assumisse a presidência rotativa, mas enfrentou a oposição de membros, principalmente Brasil e Argentina.
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