Em reunião em Brasília, Temer e Cartes voltam a criticar a Venezuela
O Brasil e o Paraguai voltaram a criticar nesta segunda (21) a ruptura da ordem democrática na Venezuela e disseram não reconhecer o poder da Assembleia Constituinte, controlada pelo regime de Nicolás Maduro.
Em comunicado, os presidentes Michel Temer e Horácio Cartes criticaram o "caráter ilegítimo" da Constituinte e declararam "pleno respaldo" à Assembleia Nacional, onde a oposição ocupa a maioria dos assentos.
Demétrius Abrahão/Fotoarena/Folhapress | ||
Michel Temer recebe o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em cerimonia no Palácio do Planalto |
"Os presidentes reafirmaram a condenação à violação sistemática dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, à violência, repressão e perseguição política, à existência de presos políticos e à ausência de eleições livres sob observação internacional independente", assinalaram os dois países.
O documento foi divulgado durante visita oficial de Cartes ao Brasil. Em discurso, durante almoço promovido pelo Palácio do Itamaraty, o paraguaio afirmou que os dois países têm adotado atitudes "firmes" e "pacíficas" em relação à Venezuela.
"Elas motivaram muitos países a proporem medidas que contribuíssem para a desejada restauração da institucionalidade democrática de nossa república-irmã."
RORAIMA
Também nesta segunda, a prefeita de Boa Vista (RR), Teresa Surita (PMDB), se reuniu com representantes do governo Temer para tratar da situação dos venezuelanos que migram para Roraima: "É fundamental a ajuda federal. Pedi assistência em saúde, emprego, social e indígena. Agora, vamos discutir com o governo federal a melhor forma de executar esse plano".
A proposta inclui medidas como recepção dos imigrantes, implantação de centro de triagem e abrigo para indígenas, oferta de aluguel social e aulas de português e de qualificação profissional, além de um recenseamento.
Estimativas oficiais indicam que haja no Brasil ao menos 10 mil venezuelanos vivendo ilegalmente, concentrados em Roraima -entre eles, 500 indígenas da etnia warao que fugiram para o país com o agravamento da crise. De janeiro a maio, o Brasil recebeu 3.000 pedidos de refúgio de venezuelanos.
Segundo a prefeitura de Boa Vista, neste ano já houve 9.296 pedidos de refúgio, sendo 2.858 em julho, quando houve aumento de 50% em relação ao mês anterior.
"O número de pessoas vivendo em Boa Vista é bem maior do que os dados estatísticos", diz trecho do plano de trabalho apresentado pela prefeita.
A prefeitura afirma que, com o crescimento exacerbado de pessoas vindas da Venezuela para Boa Vista, sua capacidade de atendimento pode ser colocada em risco. "Isso poderá gerar descontinuidade em vários serviços".
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