Maduro faz convite para que credores renegociem títulos da Venezuela
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um convite aos investidores que têm títulos da dívida pública do país e da petroleira estatal PDVSA para uma renegociação, em resposta às sanções econômicas dos EUA.
Em discurso na noite de quinta-feira (7), o mandatário disse que continuará a honrar o pagamento dos juros e encargos da dívida e ordenou a seu vice, Tareck El Aissami, e ao ministro da Economia, Ramón Lobo, que coordenem o diálogo.
Palácio de Miraflores/Reuters | ||
O líder venezuelano, Nicolás Maduro, participa de reunião de ministros em La Guaira nesta sexta (8) |
O pedido foi feito após o líder defender que a Venezuela "se livre" da dependência do dólar e "implemente um novo sistema de pagamentos internacionais", usando moedas como o yuan, o iene, a rúpia indiana, euro e rublo.
Segundo Maduro, o regime já começou os contatos com alguns dos credores. Ele não especificou, porém, o que vai sugerir a eles nem se pagará as dívidas venezuelanas com outra moeda que não o dólar.
O Instituto de Finanças Internacionais, que representa grandes instituições financeiras, disse que o regime chavista só pode mudar a moeda de pagamento se todos ou a grande maioria dos credores concordarem.
No final de agosto, o governo de Donald Trump proibiu empresas americanas ou que tenham investimentos no país de comprarem títulos da dívida pública e da PDVSA, o que deve complicar qualquer tipo de renegociação.
Maduro considera as sanções parte de uma guerra econômica e acusa o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, de articulá-las com Trump.
Investidores ouvidos pela agência Reuters negam ter recebido qualquer convite, embora tenha havido conversas informais com membros do regime. Cerca de 74% dos credores são americanos ou canadenses.
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