Por palestinos, Erdogan quer instalar embaixada em Jerusalém Oriental
Ozan Kose/AFP | ||
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em evento em Istambul |
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo (17), em um discurso para simpatizantes de seu partido, que seu país vai abrir uma embaixada em Jerusalém Oriental.
"Com a permissão de Deus, o dia está próximo, e nós vamos abrir uma embaixada lá", afirmou Erdogan.
O anúncio ocorre quatro dias depois de Erdogan liderar um encontro da Organização para a Cooperação Islâmica, no qual os 57 membros da entidade subscreveram um comunicado considerando como "nula e sem efeito legal a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel —e, por consequência, formalizar o plano de transferir para a cidade a embaixada americana em Israel, hoje estabelecida em Tel Aviv.
Neste encontro de quarta-feira, o presidente turco também conclamou os demais líderes islâmicos a reconhecer Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino. A intenção de instalar uma embaixada no local seria uma prova de reconhecimento desse apoio e também um ato de protesto à recente medida pró-Israel de Trump.
"Proclamamos Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina e convidamos todos os países a reconhecer o Estado da Palestina e Jerusalém Oriental como sua capital ocupada", diz o documento da OCI. Até aliados americanos, como a Arábia Saudita, mostraram discordância da decisão.
Não está claro, porém, como a Turquia poderia instalar tal representação em Jerusalém Oriental, uma vez que Israel controla toda a cidade. A parte oriental, de maioria árabe, foi anexada pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias, em 1967, uma medida não reconhecida pela comunidade internacional. Pelo plano de partilha da ONU para a região, lançado em 1947, Jerusalém deveria ficar sob administração internacional.
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