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28/01/2011 - 14h58

Movimento antiMubarak teve início na internet

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DA FRANCE PRESSE, EM CAIRO (EGITO)

O Movimento do 6 de Abril, que reúne jovens que contestam o regime do presidente egípcio Hosni Mubarak, nasceu na rede social Facebook e conseguiu sair da realidade virtual para as ruas com seus chamados por manifestações populares, que foram atendidos de modo maciço.

O nome do movimento evoca as jornadas de abril de 2008, quando milhares de egípcios manifestaram através da internet sua solidariedade com os trabalhadores do delta do Nilo que protestavam contra aumentos de preços. O grupo que começou a trocar mensagens na rede social Facebook ampliou-se rapidamente através da internet.

O Movimento do 6 de abril surgiu sem filiação a nenhum partido político e ganhou seus primeiros adeptos entre jovens com bom nível de instrução, que se vestiam de preto em sinal de protesto contra o poder.

O grupo é ao mesmo tempo um fórum de discussões e um alto-falante gigantesco que divulga convocações para manifestações. Em julho passado o grupo apoiou o chamado lançado pelo ex-diretor da AIEA (a agência nuclear da ONU), Mohamed ElBaradei, para 'transformar o sistema egípcio em um sistema democrático que garanta a justiça social'.

A pregação dessa juventude dourada do Facebook foi ganhando aceitação em grupos que representam setores pobres da população, como o movimento 'Kafaya' (Basta!), que organizou as primeiras manifestações em dezembro de 2004. Também ganhou o apoio de membros de partidos de oposição, incluindo a poderosa confraria dos Irmãos Muçulmanos.

"Queremos o fim do regime. Há 30 anos pedimos reformas e o regime nunca respondeu", disse à France Presse Israa Abd el Fatah, uma das fundadoras do Movimento do 6 de Abril.

O grupo ganhou novo impulso com a revolta popular que este mês pôs fim ao regime do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali e convocou seus 86 mil membros registrados na internet a se mobilizarem.

Esses chamamentos se conjugaram com os de outros núcleos oposicionistas e desembocaram esta semana em protestos maciços em várias cidades do Egito, o país árabe com o maior número de habitantes (80 milhões), presidido por Mubarak há três décadas.

O partido do presidente saudou as manifestações "pacíficas", mas advertiu sobre o risco de o movimento ser explorado por "interesses políticos" que preconizem "o caos", em um ataque indireto à Irmandade Muçulmana, a principal força opositora, acusada de querer desestabilizar o país.

Nesta sexta-feira --quando o Movimento do 6 de abril lançou um chamado por uma "jornada de ira"--, a internet foi bloqueada e os telefones celulares enfrentavam forte dificuldade para funcionar.

"Anunciamos os lugares das concentrações. Já foi feito, agora não precisamos mais de comunicações", disse Israa Abd el Fatah. "Não vão nos fazer parar até a saída definitiva do regime (...). Rompemos a barreira do medo."

 

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