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22/02/2011 - 11h21

Embaixador líbio nos EUA engrossa lista de deserções do regime

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O embaixador da Líbia nos Estados Unidos, Ali Aujali, afirmou nesta terça-feira que não mais representa o governo de seu país e pediu a Washington que atue em defesa da população líbia, afirmando ser hora de se livrar do ditador Muammar Gaddafi, que há 41 anos governa o país. A declaração tornou Aujali a mais recente deserção de diplomatas líbios desde que a repressão contra manifestantes antirregime teve início.

Em entrevista ao programa da emissora ABC "Good Morning America", o embaixador pediu para que o ditador deixe o poder para evitar mais derramamento de sangue.

"Preciso que os EUA aumente fortemente sua voz. Esse regime está balançando e esse é o momento de se livrar dele", afirmou Aujali, referindo-se à reunião prevista para hoje no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que discutirá a crise na Líbia.

AP
Imagem de TV mostra incêndio em uma rua de Trípoli, capital líbia, nas primeiras horas desta terça-feira
Imagem de TV mostra incêndio em uma rua de Trípoli, capital líbia, nas primeiras horas desta terça-feira

"Por favor, por favor, ajudem o povo líbio. Ajudem-nos. Eles estão queimando", completou.

Nos últimos três dias, importantes diplomatas têm renegado o regime de Gaddafi devido a sua brutal repressão contra manifestantes.

Além de Aujali, os embaixadores na Índia e em Bangladesh renunciaram a seus postos, protestando contra a morte de familiares por tropas do governo.

Quase todos os diplomatas líbios na ONU apoiaram os pedidos do vice-embaixador Ibrahim Dabbashi para que Gaddafi encerre seu governo e para que a comunidade internacional intervenha no país.

Porta-vozes da ONU afirmaram na segunda-feira que o Conselho de Segurança planeja discutir a situação da Líbia. Antes, Dabbashi havia pedido uma reunião urgente do conselho para agir com o objetivo de encerrar o derramamento de sangue.

O vice-embaixador pediu para que seja imposta uma zona de exclusão aérea "sobre cidades da Líbia para que nenhum mercenário, nenhum suprimento de armas chegará ao regime".

Enquanto o apoio diplomático a Gaddafi começa a ruir, Dabbashi alertou que, se ele não renunciar, "o povo egípcio irá se livrar dele".

No domingo, o representante permanente da Líbia na Liga Árabe, Abdel Moneim al Honi, abandonou seu posto para "se unir à revolução" que, segundo ele, ocorre no país.

Altos representantes líbios na Áustria, China e Malásia também romperam relações com o líder líbio, afirmando que a matança havia ido muito longe e que, para o povo, Gaddafi perdeu toda a legitimidade.

"Minha renúncia se deve à violência massiva contra civis em meu país", declarou o embaixador líbio da Índia, Ali ao Essawi. "Ontem começaram a utilizar aviões para bombardear civis que manifestam pacificamente. Isso é inaceitável."

A Embaixada da Líbia na Austrália rompeu suas relações com Trípoli, anunciou o conselheiro cultural da delegação, Omran Zwed, ao jornal "The Australian".

Na Malásia, os funcionários da embaixada líbia condenaram o "massacre" de manifestantes opostos ao governo e retirou seu apoio a Gaddafi.

"Não somos leais a ele [Gaddafi], somos leais ao povo líbio", afirmou o embaixador, Bubaker al Mansori, à agência de notícias France Presse.

Na segunda-feira, um alto diplomara líbio na China, Husein Sadiq al Musrati, renunciou ao cargo durante uma entrevista ao vivo ao canal de televisão Al Jazeera.

No mesmo dia, pilotos de combate desertaram de seus postos, negando-se a bombardear manifestantes.

Al-Arabiya/AFP
Imagem da TV estatal líbia mostra o ditador do país, Muammar Gaddafi, dentro de carro supostamente em Trípoli
Imagem da TV estatal líbia mostra o ditador do país, Muammar Gaddafi, dentro de carro supostamente em Trípoli
 

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