O patrocínio ameaça o Carnaval?
A escolha do enredo de uma escola de samba pode ser prejudicado por aqueles que vão financiá-la no desfile daquele ano?
Das grandes às pequenas, os temas escolhidos pelas escolas do Rio de Janeiro, por exemplo, vão do cavalo manga-larga marchador (Beija-flor) à Coreia do Sul (Inocentes de Belford Roxo).
A Mangueira, que já cantou os "Doces Bárbaros" e "Tom Jobim", esse ano levará à Sapucaí a cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso.
A delicada questão foi colocada a dois cantores e compositores brasileiros.
Para Martinho da Vila, um desfile de escola de samba dá muito trabalho e é dispendioso. "Mesmo nos tempos remotos, os sambistas não podiam fazer uma boa apresentação sem dinheiro. Hoje em dia, é preciso um dinheirão", escreve. E completa: "O patrocínio não prejudica desde que a escola não se apresente como um veículo de propaganda".
A cantora, compositora e deputada estadual pelo PC do B, Leci Brandão, discorda de seu colega de profissão e afirma que, "quando patrocinadores definem o enredo e a dinâmica das escolas de samba na avenida, o patrocínio ameaça o Carnaval em sua legitimidade". Brandão não é contra o patrocínio, mas acredita que ele "é sempre um bom negócio para as empresas, mas só é uma boa solução para as escolas quando ele soma".
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