Leitor critica colunista da Folha ao defender educação domiciliar

Somos pais de duas crianças (13 e 9 anos) e não poderíamos deixar de demonstrar nosso repúdio quanto ao artigo "Fora da Panelinha", no qual a autora, a psicóloga Rosely Sayão, demonstra claramente não conhecer o que é a educação domiciliar.

Cresce adesão dos pais ao ensino domiciliar no país

Não estamos recusando a escola, pelo contrário. Queremos que nossos filhos busquem o conhecimento, mas esse conhecimento não vem somente dela.

Exemplo disso é o ótimo nível cultural que as crianças que estão sendo educadas em casa têm apresentado em vestibulares e concursos --além de se relacionarem com qualquer pessoa, de qualquer idade.

	Carlos Cecconello - 9.jun.2012/Folhapress
	O administrador Gayson Fick Silva com a mulher, Mariana, e a filha Emily, que é educada em casa

Em países onde já existe a educação domiciliar, estudos comprovam que jovens que tiveram essa educação são disputados pelas melhores universidades.

O que estamos recusando é que nossos filhos, sem capacidade nenhuma de escolha, sejam bombardeados por ideias e comportamentos que lhe são impostos, sejam certos ou errados.

O que queremos é que, quando chegarem à idade de escolhas --tanto profissionais quanto de estilo de vida--, eles seja capazes de escolher com maturidade e responsabilidade.

Concordamos que nossos filhos têm que ter liberdade, mas infelizmente não vemos liberdade hoje nas escolas, onde imperam a libertinagem, rebeldia e violência em todos as séries.

Nossas crianças ainda não têm condições físicas e psicológicas de resistir e reagir. Por isso a família é tão importante.

Quanto a privá-los de conviverem com as diversidades, isso não ocorre, pois em casa há uma rica rede de relacionamentos. Eles se relacionam com crianças, jovens, adultos, idosos, com respeito e aprendendo com as experiências de cada um.

Ao terminar de ler o texto da doutora Rosely Sayão para minha esposa e para as crianças, uma delas, de 13 anos de idade, falou: "Nossa, essa psicóloga está completamente por fora do assunto".

Gostaria de sugerir à Folha que busque conhecer mais a fundo antes de publicar artigos lamentáveis como esse.