Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
13/12/2008 - 02h30

ONGs, criacionismo, direitos humanos, justiça

da Folha Online

ONGs

"São por demais enviesados os pressupostos do artigo 'O 'custo ONG' na conta de luz do brasileiro' ('Tendências/Debates', 11/12). No quadro traçado pelo sr. Paulo Mayon é como se houvesse apenas duas opções: construir hidrelétricas tal como as empresas as propõem (sem contestações nem ajustes) ou construir termelétricas poluidoras. E é por demais curiosa a definição de 'radical' que subjaz aos vários usos dessa palavra no texto: defender o cumprimento de normas e leis ambientais. Claro que ONGs e Ministério Público nem sempre têm razão, mas freqüentemente contribuem para que diminua o 'custo irresponsabilidade' dos empreendimentos do setor elétrico."

RICARDO MEIRELLES (São Paulo, SP)

*

"Façamos as CPIs da ONGs e também das associações! O cruzamento das cadeias de patrocinadores pode evidenciar as conexões e decodificações de grandes consumidores eletro-intensivos de energia, que tem sua energia subsidiada (aqui entra na conta do brasileiro também), emprega pouco, consome muito, vende matéria-prima primária barata para outros países para depois comprarmos mais caro o alumínio processado e o minério de ferro utilizado em outros produtos de maior valor agregado. Façamos as contas deste novo custo de oferta do pau-brasil moderno. A democracia de que o autor fala está numa tal fronteira que pode ser facilmente confundida como ditadura da maioria. Aí dos índios e ribeirinhos que não querem saber da poluição das grandes cidades. O artigo não toca no essencial: o ritmo de crescimento baseado na ação intensiva sobre os recursos naturais sejam eles petróleo, água, terras ribeirinhas (que são alagadas) não pode se manter indefinidamente e neste aspecto a preocupação sobre a implantação de hidrelétricas é essencial. Esta é a questão. Está implícita no artigo a idéia de que a conversão hidrelétrica é limpa! Francamente! Voltemos aos bancos escolares então."

FRANCISCO DEL MORAL HERNÁNDEZ, engenheiro eletricista pela Unicamp (Campinas, SP)

-

Criacionismo

"Sou mackenzista, protestante presbiteriano independente e estudante de teologia. Fiquei absolutamente pasmo com a reportagem publicada na Folha em 30/11 onde foi divulgado o ensino do criacionismo no colégio Mackenzie. É lamentável que o fundamentalismo mais atrasado tenha tomado conta dos dirigentes do ensino fundamental e médio desta prestigiosa instituição de ensino de tradição cristã reformada.
Como cristão, creio que Deus criou tudo que nos cerca. No entanto, a forma como tal criação foi realizada não deve ser interpretada de forma literal, como sugere o livro de Gênesis. A Bíblia, regra de fé e prática para o cristão, não é um livro de ciências naturais mas, sim, um livro de verdades espirituais. Fé religiosa e teoria evolucionista não são incompatíveis. O chamado evolucionismo teísta é uma corrente bastante forte, inclusive sendo majoritária entre cristãos, judeus e muçulmanos não fundamentalistas.
A própria Igreja Católica Romana, por intermédio de João Paulo 2º, já se posicionou favoravelmente a interpretação darwiniana. Grupos, pensadoras e pensadores de setores significativos do protestantismo mundial também ensinam da mesma forma.
Teólogos protestantes da chamada linha liberal aceitaram a teoria evolucionista. Teólogos neo-ortodoxos, como o calvinista suíço Karl Barth, apregoavam a separação entre ciência e teologia, não havendo, portanto, contradição entre ambas, já que o objeto de estudo é diferente. Até mesmos teólogos absolutamente conservadores, como o presbiteriano estadunidense B.B. Warfield, conhecido pela defesa ardorosa da Bíblia e inimigo de todo liberalismo teológico, era evolucionista teísta.
No Brasil, o próprio Mackenzie já abrigou grandes evolucionistas cristãos, como foi o caso do professor Luis Carlos Salomão, já falecido, um dos grandes nomes da faculdade de biologia desta universidade. No mundo, pessoas como Francis Collins, cientista de renome e um dos organizadores do Projeto Genoma, membro fiel de uma Igreja Metodista, também é evolucionista. Por fim, Alister McGrath, formado em química, doutor em biofísica molecular pela prestigiosa Universidade de Oxford e também teólogo anglicano de linha bastante conservadora, defende de forma clara a teoria de Darwin."

ANDRÉ TADEU DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)

-

Direitos humanos

"Não há o que se comemorar nos 60 anos da Declaração Unilateral ops, Universal dos Direitos Humanos. De fato, os países signatários, à época quase todos colonizadores ou colonizados, produziram uma pérola de hipocrisia, de extração tipicamente européia, e que só aparece como 'natural' na história das relações humanas para aqueles que partilharam do desenvolvimento histórico desta civilização específica, e em particular das circunstâncias que, na Europa, desembocaram no Iluminismo e posteriormente no Humanismo, ideologias que foram impostas ao resto do mundo como se representassem valores universais, sem o menor respeito pela história locais. Afinal, o resto da humanidade não passava de colônias e 'cucarachas' que necessitavam ser tutelados pelas boas intenções laicas e comerciais do Ocidente. A Europa havia envolvido o planeta numa guerra sem fronteiras e as pessoas estavam, com justiça, horrorizadas pelo que elas mesmas haviam feito. Mas basta uma leitura da Declaração para ficarmos de cabelo em pé com a pretensão e a ingenuidade utópica dos seus criadores, e, mais ainda, com a pouca disposição que tinham e têm as nações que a idealizaram e patrocinaram em aplicar os artigos que elas mesmas escreveram e assinaram. Mas, afinal, o que foi e o que é a ONU, senão mais um instrumento de validação das ações dos sempre mesmos países, que já há séculos impõem suas próprias agendas ao resto do mundo?"

LUIS KEHL (Piracicaba, SP)

*

"A pesquisa sobre direitos humanos realizada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e divulgada na edição da Folha de 12/12 mostra que a maioria dos brasileiros apóia ações de proteção aos direitos humanos porque, assim, garantimos os direitos da população como um todo.
Isto é fundamental para a manutenção das leis e aprimoramento das políticas de proteção aos direitos humanos no Brasil, refutando as intenções daqueles que pregam apelos demagógicos, como a adoção da pena de morte, ou a diminuição da maioridade penal, como se isso resolvesse os altos índices de violência no país.
Somente a promoção dos direitos humanos resolverá os nossos problemas sociais, gerando uma sociedade mais justa e igualitária."

ANA VALÉRIA ARAÚJO, coordenadora executiva do Fundo Brasil de Direitos Humanos (São Paulo, SP)

-

Justiça

"Poucas pessoas foram tão explícitas e verdadeiras quanto o doutor Sérgio Fernando Moro ('Tendências/Debates', 10/12). Parabéns ao articulista pelas verdades corajosas. A Justiça deste país foi preparada para que nenhuma pessoa com poder aquisitivo elevado cumpra pena, haja vista o Pimenta Neves e agora o Daniel Dantas e milhares de outros poderosos que com advogados pagos a preço de ouro e as vezes com ajudas superiores se livram de suas condenações com recursos intermináveis. Essa história de julgamento em última instância é piada que só cria aberrações. Quem nos representa no Congresso Nacional muitas vezes, nós sabemos, legisla em causa própria ou para os lobbies e castas que representam. Cadeia no Brasil é só para o famoso PPP. Coitado do povo brasileiro."

JALSON DE ARAÚJO ABREU (São Paulo, SP)

-

Bancos e taxas

"O Banco Central é apontado por todos como o vilão dos juros, mas a verdade é que o juros real no Brasil nunca foi tão baixo. O problema é que os bancos, inclusive os públicos, praticam juros abusivos, com os maiores spreads do mundo. Como pode a Selic ser de 13,75% e o juros do cheque especial de 150% e de alguns cartões de crédito em mais de 300%? A desculpa dos bancos e operadoras de cartão é a mesma de sempre: custos administrativos e inadimplência elevada. Como os custos administrativos são altos se o nosso sistema bancário é o mais informatizado do planeta e cada vez mais temos menos bancários atendendo na boca do caixa? E as tarifas abusivas cobradas não pagam esses custos administrativos? Em relação a inadimplência, por que não cobrar juros altos de quem tem histórico de calote e baixar as taxas para os bons pagadores? E a lucratividade aqui, não é a maior do mundo neste setor? Esse disparate é que precisa acabar e a única maneira de se fazer isso é aumentar a concorrência bancária e forçar os banco públicos a baixar drasticamente os juros, e não apenas essas quedas nas casas decimais que ninguém percebe. O sistema bancário deveria servir à economia, mas no Brasil a economia vive para servir o sistema bancário."

CRISTIANO REZENDE PENHA (Campinas, SP)

*

"É inacreditável os meios usados pelos bancos para aumentar as suas receitas! Não bastasse a tarifa mensal para manutenção da conta corrente, agora inventaram uma nova tarifa: Tarifa de Renovação de Cadastro, duas vezes por ano. Ora, vão renovar o quê? Os clientes sabem que essa renovação não ocorre e que esse item de serviço foi escolhido pelos bancos justamente por não ter custo nenhum e, assim, a receita que entra para eles é 'limpa'.
Nós, clientes, ficamos impotentes assistindo a esse tipo de ação de um oligopólio que tem a dócil complacência do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional.
Socorro! Nós não temos para onde correr. Simplesmente temos que aceitar essa 'subtração' de nossas contas e, depois, conferir a euforia com que são divulgados os balanços dos bancos."

ALMIR BEDIN (Curitiba, PR)

*

"Certamente não dá para duvidar da sanidade mental e saber do presidente do Banco Central, sr. Henrique Meirelles. Ao tempo em que o governo anuncia, com sua presença e apoio, medidas de estímulo ao consumo, justifica a manutenção da taxa Selic no seu atual valor exatamente pela necessidade de sua contenção. Que outra razão então esconderia essa medida? Não seria ela o temor da fuga maior de capital externo para mercados mais seguros ou rentáveis?"

WELINGTON DE CASTRO PAGNOZZI (Curitiba, PR)

-

Educação

"É mentira do coordenador da Secretaria de Estado da Educação sobre o salário de professores do ensino fundamental e médio quando diz ser de R$ 1.816,63. É só pegar o holerite de qualquer professor e verá que o salário não passa de R$ 1.600,00!
O governador José Serra acha que preparar aulas e elaborar e corrigir centenas de provas, por exemplo, faz parte do lazer dos professores, pois não quer conceder mais tempo ao docente fora de aula. Isso sim é um desserviço à educação."

JOÃO HUMBERTO VENTURINI, professor de biologia (Piracicaba, SP)

 
 

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo - SP, CEP 01202-900).

As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Serviço de Atendimento ao Assinante:

0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman:

0800-015-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman

Acompanhe a Folha no Twitter

Publicidade


Publicidade

As Últimas que Você não Leu

  1.  

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página