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07/04/2010 - 02h30

Chuvas, saúde, voto de presos, pulseiras, educação, futebol

da Folha Online

Chuvas

"Infelizmente, o Rio de Janeiro e o Brasil choram mais uma tragédia com dezenas de mortos. Uma tragédia da natureza --pelo volume de chuva em tão pouco tempo--, agravada, sem dúvida, pela incúria e o desrespeito dos nossos dirigentes para com a população. Não satisfeitos, ainda jorram desculpas infames, tentando empurrar a responsabilidade para outros, e pior: definindo como culpados, as vítimas, 'o homem lá em cima' e as gestões anteriores, mesmo que tenha sido a dele próprio.
Lula, por exemplo, fala da falta de investimentos em obras de drenagem. O que foi feito nos seus sete anos de governo? E pelo PAC 1? Sugere aguardar o PAC 2 e 10 a 15 anos.
Cabral culpa a ocupação irregular. O que foi feito depois da tragédia de Angra?
Paes culpa a chuva excessiva, e seu secretário de Conservação, a falta de reformas estruturais.
Mas os verdadeiros culpados somos nós, que, com nossos votos, lhes damos o cargo e poder. Então, só nos resta aguardar a próxima catástrofe, rezar e preparar os ouvidos para a mesma ladainha. E nas próximas eleições, tentarmos votar melhor."

LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)

*

"O mundo assiste atônito à Cidade Maravilhosa sucumbir debaixo d'água e, mais uma vez, quem paga com a vida são aqueles que vivem em áreas de risco nas favelas cariocas (são mais de 1.000 favelas e 2,5 milhões de 'cidadãos' vivendo em situação desumana).
Noventa por cento daqueles que morreram em consequência dos desabamentos provocados pelas chuvas --quase cem pessoas-- tem em comum um mesmo endereço e não tem para onde ir e a quem recorrer.
A catástrofe deixa algumas lições que já podem servir para reflexão. A primeira e a mais séria é que as pessoas mais prejudicadas vivem dependuradas nas encostas em riscos constantes, se não por fenômenos naturais como chuvas e desligamentos, pela violência do dia a dia.
O segundo ponto que chama a atenção é o despreparo das autoridades para responder com rapidez às demandas provocadas por tragédias. Temos a sorte de não sermos atingidos por cataclismos maiores como terremotos, furacões e tsunamis, mas as chuvas tem servido para alertar as autoridades sobre a necessidade de preparar a população e os órgãos de defesa para enfrentar situações de emergência, com respostas mais rápidas e, consequentemente, maior possibilidade de vidas poupadas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, esta capacidade é testada em treinamentos constantes e em planos de contingência, que preparam as pessoas para eventos de grandes proporções, incluindo até ataques nucleares. O resultado é que cada cidadão e cada agente público sabe o que fazer em caso de emergências.
O terceiro ponto importante é que as prioridades da política e dos políticos estão longe de representar o drama diário das pessoas. Não estamos nos referindo a este ou aquele governo, mas às ações políticas de um modo geral e ao longo do tempo.
As notícias de tragédias tem, como regra geral, um pano de fundo sempre com o mesmo cenário: favelas; e elas continuam existindo como se fossem algo natural e sem solução. Acabar com as favelas deveria ser prioridade do povo e do governo brasileiro, mais do que o futebol ou o Carnaval.
Com efeito, a natureza dá ao Rio e aos governantes do Brasil a oportunidade de mudar paradigmas e redirecionar o foco de suas ações. Ou o Rio de Janeiro encara as favelas e dá fim a elas, ou elas darão fim a imagem do Rio e do Brasil perante a opinião pública mundial."

JOSÉ APARECIDO RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)

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Saúde

"A saúde é um direito constitucionalmente assegurado a todos. Porém, não está ao alcance da maioria da população um mínimo de dignidade neste quesito. Logo, aparecem os que tem que fazer a parte que o Estado não faz, mas comercializarão da maneira mais capitalista e feroz a saúde que todos teriam direito, como salienta Ricardo Melo ('Overbooking hospitalar', Opinião, 6/4)."

MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

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Voto dos presos

"Se uma pessoa está presa, mesmo que provisoriamente, algum delito deve ter cometido. Prisão significa suspensão de alguns dos direitos reservados a um cidadão comum.
No Brasil, os presos gozam de privilégios inexistentes em muitos países, como o indulto em certas datas, visitas íntimas e, agora, o voto!
Na minha opinião, o preso não tem mais direito de voto que um cidadão livre internado em um hospital. Por este ninguém se mobilizou para lhe garantir o direito de votar. Além do mais, o voto dos presos poderia proporcionar a eleição de representantes de facções criminosas ('TRE teme influência do crime organizado', Brasil, 28/3)."

YOSHIO SATO (São Paulo, SP)

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Pulseiras

"Em relação à carta da leitora Helga Szmuk ('Pulseiras', 'Painel do Leitor', 6/4), gostaria de ressaltar que existem mulheres que se insinuam sim, muito e vulgarmente 'convidando' os homens. Mas existem as que não o fazem e são obrigadas a escutar palavras de baixíssimo calão, por exemplo, apenas porque sua imagem é tida como objeto de usurpação sexual na mente de alguns indivíduos.
Como disse a psicóloga (Maria Cláudia Lordello, Cotidiano, 6/4), o uso das pulseiras são apenas uma desculpa dos agressores para cometer o crime.
Os jovens precisam de educação sexual nas escolas e a sociedade como um todo de 'educação moral', além da punição devida para o crime hediondo de estupro."

SIMONE GOMES (Jundiaí, SP)

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Educação

"Parabéns aos estudantes da USP pelo artigo a respeito das políticas de permanência estudantil ('USP, até quando para tão poucos?', 'Tendências/Debates', 6/4). Em meio à tese principal, entretanto, outras questões foram levantadas e, a meu ver, de forma equivocada, sobretudo no que diz respeito à questão do acesso à universidade pública.
Culpar direta ou indiretamente a forma de ingresso nas universidades públicas pela inversão que ocorre na proporção entre alunos secundaristas do ensino privado e alunos universitários da rede pública, equivale a culpar o termômetro pela febre (conforme tema do vestibular da Fuvest/1992, ano em que ingressei na Faculdade de Direito da USP).
Assim, se por um lado deve haver o diálogo em relação às medidas mencionadas, por outro lado não se pode esquecer, em momento algum, que a qualidade de ensino das universidades públicas depende, infelizmente, do grande filtro a ser realizado por conta da baixa qualidade de ensino (fundamental e secundário) da rede pública, tratando-se de assuntos diversos que se correlacionam --embora não para os fins propostos pelos estudantes."

JARBAS LUIZ DOS SANTOS (São Paulo, SP)

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Futebol

"A Fifa tirou a vaga da seleção de futebol feminino do Irã nos Jogos da Juventude alegando que o uso do véu pelas atletas é contra as regras do esporte ( Esporte, 6/4). Isso não se justifica, pois em outros esportes, como no atletismo, já vimos atletas competindo com o véu, sem que isso causasse problemas.
Concordo quando acusam o governo iraniano de ser intolerante, mas esse tipo de atitude infundada só contribui para o fortalecimento do discurso extremista adotado pelo presidente do país persa."

PEDRO VALADARES (Brasília, DF)

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Oposição

"Nos tempos do regime militar, costumava dizer que a oposição era 'contra o Brasil'. Nos dias de hoje, quem não faz parte do coro de bajuladores do lulismo é tachado de ser tucano ou 'demo'. Marina Silva, Gabeira, Soninha, Cristovam Buarque e Heloísa Helena fazem oposição ao governo Lula, mas não são nem do PSDB ou do ex-PFL."

MARCELO CIOTI (Atibaia, SP)

 
 

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