'Saio para o conforto de Dilma e pelo meu', diz Negromonte
O agora ex-ministro das Cidades Mário Negromonte afirmou nesta quinta-feira ter sido alvo de cobiça da base aliada.
Negromonte deixou o cargo nesta quinta-feira após reunir-se com a presidente Dilma Rousseff por cerca de 15 minutos e entregar sua carta de demissão.
Deputado Aguinaldo Ribeiro será o novo ministro das Cidades
Leia a íntegra da carta de demissão de Mário Negromonte
Saiba mais sobre o novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro
De saída, Negromonte ignora ordem do Planalto
Negromonte comunica demissão a aliados do PP
Pouco depois, Dilma se reuniu o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), que assumirá a pasta.
Negromonte disse que o "fogo amigo" não partiu só do PP mas de outros partidos do governo. Questionado se incluiria o PT na lista, disse que não citaria as siglas.
Marcelo Camargo - 29.jul.2011/Folhapress |
Ex-ministro das Cidades Mário Negromonte |
"A presidente Dilma reconheceu que meu problema era político. Não dava conforto a ela. Pelo conforto dela e pelo meu, estou saindo", disse Negromonte, acrescentando que sai tranquilo.
"Saio daqui mais tranquilo do que entrei, com as palavras de conforto da presidenta. Ela disse que lamentava minha saída. Disse que não esquecia da minha lealdade, que quando ela era nem traço na pesquisa eu já estava a apoiando".
Negromonte disse que, na conversa com a presidente, Dilma lamentou sua saída e lembrou ter recebido seu apoio "ainda quando era traço na pesquisa".
O ex-ministro insistiu."Não teve corrupção no ministério. Meu problema foi político. Não de gestão".
Em sua carta de demissão, Negromonte se diz fiel à presidente e promete apoio no Congresso Nacional, onde deve reassumir mandato de deputado. Ele é o oitavo ministro a deixar o cargo desde o início do governo Dilma, o sétimo por conta de irregularidades na pasta.
"A Presidenta da República agradece os serviços por ele prestados ao país à frente da pasta e lhe deseja boa sorte em seus novos projetos", afirma nota da Secretaria de Comunicação Social do Planalto, comunicando oficialmente a demissão de Negromonte.
A situação de Negromonte agravou-se na semana passada após a Folha revelar a participação dele e do secretário-executivo, Roberto Muniz, em reuniões privadas com um empresário e um lobista interessados num projeto do ministério.
O episódio culminou com a demissão do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto, na quarta-feira.
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