Aliado de Renan é eleito para o Conselho de Ética do Senado
Aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador João Alberto (PMDB-MA) foi eleito nesta quarta-feira para presidir o Conselho de Ética do Senado. A escolha ocorreu por aclamação, sem nenhum voto contrário dos membros do conselho --integrado em sua maioria pela chamada "tropa de choque" de Renan.
A escolha do peemedebista para comandar o conselho é uma forma de blindar o presidente da Casa em um eventual processo contra o parlamentar.
Em fevereiro, a Procuradoria Geral da República encaminhou denúncia contra Renan ao STF (Supremo Tribunal Federal) por uso de documentos falsos e desvio de recursos da verba indenizatória do seu gabinete em nome da empresa de um primo --que segundo o procurador seria uma espécie de "laranja" do senador.
Ao assumir o cargo, João Alberto prometeu preservar a "imagem dos companheiros" enquanto estiver no comando do órgão, do qual já foi presidente em 2006 e 2011. "Espero ser daquela maneira que fui no passado, procurando agir com muito equilíbrio e, principalmente, preservando a imagem dos nossos companheiros."
João Alberto foi presidente do conselho em 2006, quando o órgão arquivou denúncias contra senadores suspeitos de envolvimento no escândalo dos "sanguessugas". Na época, também comandou o arquivamento de denúncias contra os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o primeiro acusado de ser dono de uma rede de televisão em Roraima. Já o tucano era acusado de irregularidades na prestação de contas da campanha ao governo de Minas Gerais, em 1998, da qual saiu derrotado.
Em 2011, Alberto assumiu novamente o cargo, mas deixou a função poucos meses depois ao licenciar-se do seu mandato no Senado. O peemedebista vai ter ao seu lado o senador Jayme Campos (DEM-MT), que assumiu a vice-presidência do conselho. Os dois presidiram juntos o órgão em 2011.
Lula Marques - 27.abr.2011/Folhapress | ||
Senador João Alberto durante a reunião do Conselho de Ética do Senado para escolher o presidente e o vice do colegiado |
TROPA DE CHOQUE
Os presidentes do Conselho de Ética são, tradicionalmente, aliados do presidente da instituição. Como o PMDB é o partido com maior bancada no Senado, a sigla escolheu o conselho como um dos órgãos que teria um senador do partido em seu comando.
Além de João Alberto, o PMDB indicou os senadores Romero Jucá, Valdir Raupp (PMDB-RO), presidente do partido, e Sérgio Souza (PMDB-PR). Todos têm ligações próximas com Renan.
O conselho foi criado em 1993 e analisou, desde então, mais de 20 representações contra senadores --das quais pelo menos 15 foram arquivadas. Em 2007, Renan respondeu a seis processos no conselho. A maioria dos processos foi arquivada, mas dois foram encaminhados para votação no plenário da Casa.
Com o apoio da maioria dos colegas, Renan escapou da cassação, mas renunciou à presidência da Casa para evitar a perda do mandato.
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