Policial acusado no caso PC Farias nega participação em crime
Um dos quatro ex-seguranças acusados de envolvimento nas mortes de Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, o policial Josemar Faustino dos Santos disse à Folha nada ter a ver com o ocorrido na casa de praia de PC, em junho de 1996.
Ele afirma, porém, que não tem como dizer se a namorada de PC se matou ou se foi assassinada.
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A única tese adotada pela defesa dos ex-seguranças, cujo advogado é patrocinado por um irmão de PC, é de que Suzana matou Paulo César e depois se suicidou.
"Pode até ter sido duplo homicídio, mas não tenho nada a ver com isso", disse Josemar, durante o intervalo nesta quinta-feira (9) do julgamento dos réus, em Maceió.
O réu disse que teve "falta de sorte" porque não iria trabalhar naquele dia, mas acabou substituindo outro funcionário. A Promotoria denunciou todos os ex-seguranças que estavam trabalhando na data.
Josemar ainda se disse inocente sob a alegação de que, quase 17 anos depois, não houve "queima de arquivo" de nenhum réu ou testemunha. Além disso, afirmou que não aumentou seu patrimônio desde então. "Até hoje não tenho um carro", disse.
O policial deve prestar depoimento, já na fase de interrogatório do julgamento, até o início da noite desta quinta-feira.
Além dele, foram acusados os colegas Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho e José Geraldo da Silva.
O CASO
Tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor em 1989, PC Farias foi o articulador do esquema de corrupção no governo denunciado à época.
Segundo a Promotoria, a morte de PC foi investigada como "queima de arquivo", pois ele era acusado de sonegação de impostos e enriquecimento ilícito e poderia revelar outros envolvidos.
Os PMs Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva são acusados de participação nas mortes ou, no mínimo, de omissão ao não evitá-las, já que eram seguranças de PC.
"A tese do suicídio de Suzana foi descartada pelos peritos", disse o promotor Marcos Mousinho, em referência às primeiras conclusões da polícia, em 1996, de que Suzana havia matado PC por ciúme e, depois, se suicidado.
Investigações posteriores mostraram que o primeiro laudo, do legista Badan Palhares, considerava Suzana mais alta do que realmente era --ponto crucial para compreender o disparo. Palhares sempre defendeu seu laudo.
Em 1999, a Folha publicou fotos que comprovaram que Suzana era mais baixa que PC.
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